sexta-feira, abril 28, 2006

"Me pegaram, precisamos fazer algo!"


No início da madrugada desta sexta-feira dois policiais civis, um homem e uma mulher, foram presos em flagrante por extorsão a dois turistas estrangeiros, um tcheco e um americano. O fato ocorreu no Rio de Janeiro, e foi exibido ainda no Jornal da Globo de ontem.

Os turistas deram 350 reais e 100 dólares aos policiais e ainda foram obrigados a ir ao hotel Meridien, onde estão hospedados, para pegar mais 1.000 dólares. Ao chegarem ao hotel, eles acionaram a segurança, que chamou a polícia.

Imediatamente todos os policiais civis de plantão na área em que tudo aconteceu foram chamados à delegacia. Identificados, os dois foram presos e responderão a "punição exemplar", como sempre faz a polícia com seus integrantes criminosos.

Chama atenção o fato de que os turistas fizeram o que ninguém faz por aqui, denunciando o crime. Chama atenção a presteza com que a polícia resolveu o caso. Chama atenção o fato de uma mulher estar envolvida.

Ontem de manhã Cristiane Torloni fez discurso no programa de Ana Maria Braga, na Globo. Falou tudo, atacou todos, especialmente os maiores culpados pela situação atual do país, nós, o povo.

Depois fiquei sabendo de seus motivos. A atriz foi assaltada na semana passada.

Agora sim, entendi.

quinta-feira, abril 27, 2006

Ah, desliga primeiro você, vai...


Na política tudo corre à boca pequena. Contar o que todo mundo fotografa, ouve, filma e vê, não é nada. É necessário ter fontes “no intestino dos governos”, como diria Roberto Jéferson. O jogo de cena da imprensa, misturado à incapacidade e à preguiça latentes em se investigar esses intestinos, rege a parca opinião pública, que ainda se vale de jornais para saber o que acontece em seu quintal.

Durante a semana passada muito se falou da abortada CPI da CEMA. Eron Bezerra, com suas pistolinhas d’água, conseguiu assinaturas favoráveis às investigações, Precisava de mais duas, precisava de mais duas, só mais duas.

Liberman Moreno fez jogo de cena, assinando o papel de caso pensado, sabedor que era (olha a boca miúda aí) de que outros dois deputados retirariam suas assinaturas mais tarde, inviabilizando a CPI. Por fim, aconteceu o que todos os praticantes da boca pequena esperavam, Evilásio Nascimento e Francisco Balieiro retiraram suas assinaturas. A CPI estava morta, mal paga e enterrada.

Evilásio viajou no final de semana. Com quem? Eduardo Braga (sem compromisso algum). Evilásio é irmão de Alfredo Nascimento, presidente do PL, partido do mensalão. Leonel Feitoza, que agora nega ter relações com Alfredo, também fez pose, ameaçando uma CPI sobre o Expresso. Resultado? Evilásio, irmão de Alfredo, retirou sua assinatura da CPI da CEMA, pra que Leonel, representando os anseios da população, desistisse de investigar seu irmão quanto aos ônibus.

Por motivos que só mesmo à boca pequena seríamos capazes de entender, alguém, na administração passada, comprou remédio suficiente pra 100 anos de doença no Amazonas. Alguém, também não sei por quais motivos, incinerou boa parte desses medicamentos. Alguém roubou e malversou dinheiro durante a implantação do sistema Expresso na cidade.

Alguém mentiu, alguém fraudou e alguém ganhou. Todos sujeitos ocultos.

O único sujeito determinado é o alguém que se ferrou.

Já adivinhou quem?

Pensa, leitor, pensa...


O Estado do Amazonas, 27 de abril de 2006

quarta-feira, abril 26, 2006

Cumpuder, sempuder



"O Governo gasta muito pagando juros da dívida,
e muito pouco ajudando os mais pobres"


PSDB, psiu!, isso não te perteeeeeennnnnnce...


Juro, se eu fosse um cineasta, um animador, desses que pipocam nos botecos de Manaus falando em "desconstrução da idéia", essa terra sem cinema e sem animação, faria um filminho sobre a briga entre governo, qualquer que seja ele, e oposição, qualquer que seja ela, pelo poder. Não, quando falo poder não falo em influência, carisma ou capacidade de mudar o mundo. Não, nada de Churchill. Quando falo em poder, falo em nomeações, verbas indenizatórias para gastos com combustíveis e distribuição de cargos entre parentes. Infelizmente poder, aqui, é isso.

No meu filme haveria um muro, um grande muro, como o de uma fortaleza medieval, onde haveria um trono suntuoso (e portanto brega, pra ambientar o espectador na América Latina), onde estaria sentado o poderoso do momento, dando de ombros à gritaria lá de baixo, onde uma horda de oposicionistas gritariam palavras de desordem, em português fuleiro, babando como os orcs de Peter Jackson.

Mas tudo seria filmado em alta rotação, com oposicionistas assumindo o poder rapidamente, com governistas caindo ao chão rapidamente, numa repetição frenética, como numa dança das cadeiras. Repetiriam-se os gestos, ou seja, a empáfia e a arrogância da governança daria lugar à chatice e à hipocrisia da oposição, tudo a 40 quadros por segundo. O mesmo com a oposição, que a cada 5 segundos trocaria de lugar com os inimigos, trocando o discurso esquerdista pelo governista como quem troca de roupa em Manaus, ou seja, várias vezes por dia.

Uma turma estaria de nariz empinado num quadro, com foices e bonés revolucionários no outro. Outra turma estaria falando errado na tevê contra os juros numa tomada em close, noutra estaria defendendo as instituições democráticas, a estabilidade econômica e o superávit primário - ou seja, os bancos. E assim as duas turmas revezariam-se, durante o filme todo, em alta velocidade (claro, seria um curta, sem incentivo governamental), como o cachorro bobo de um desenho animado, dando voltas ao redor de uma árvore atrás do gato malandro.

Hoje meu horário nobre desprovido de tevê a cabo foi assim, com Alckmin duas vezes por intervalo de Belíssima, dizendo que Lula cobra muitos impostos, que não investe nos pobres. É a repetição eterna, ainda que bizarra e sem sentido, da cena do meu filme.

Não entendeu? Não conseguiu captar, pintar as cenas do meu filme na sua mente? Então estou feito, faço arte. Pra você que não entendeu as nuances sociológicas, antropológicas e jungianas do meu roteiro, simplifico: sabe aquela piadinha de escritório?

Experimente:

- Barbosa, rapá, passei a noite sonhando contigo!
- Quê isso, parceiro, tá me estranhando?!
- Não! Era muito estranho, a gente tava nu, correndo no meio da rua, de madrugada. Você corria atrás de mim!
- Não brinca! Sério?!
- É, rapá, eu fugia de você e você me perseguia, gritando "agora é minha vez, agora é minha vez!"


Pegou agora? É meu filme de arte, em versão nacional, dublada pelo Evandro Mesquita e pelo Diogo Vilela, com produção de Luís Fernando, pra ficar palatável pra você.

terça-feira, abril 25, 2006

"Maratona tevê aberta" - boletim


Depois de uns dois anos, achei o Casseta & Planeta hilário hoje. Depois ri com o Figueirinha de A Diarista. Não me emocionei nem um pouco com a situação humilhante do povo de alguns municípios alagoanos, passando fome à espera da ajuda do governo, no Jornal da Globo, mesmo com aquele início de decote da Cristiane Pelajo. Agora vejo Sidney Magal cantar Sandra Rosa Madalena no Jô, e ainda assim meu asco não me fez desligar a tevê.

Das duas uma: ou as oito latas de Skol que bebi desceram redondo mesmo, ou fui transladado, feito Elias (II Reis 2:11, ó incautos!), para o mundo bizarro.

Confio, meu "Jesus Cristinho", "minha mãezinha Maria, mãe de todos", que a Ambev tenha tomado conta do meu córtex.

Não tive coragem para convidar o povo para uma sessão de "O Declínio do Império Americano" aqui em casa, nem ontem nem hoje. É, definitivamente, meu filme preferido. Adorei, exceto as partes em que falam de Rembrandts, Freuds e Caravaggios. Intelectuais em película perdem a "intelectualidade", tornam-se apenas críticos literários carentes, gozando com o pau dos outros. Prefiro a putaria das entrelinhas, entre as conversas pretensiosas.

Ih, estou bêbado, realmente!

R$ 18,90 no Submarino. A prova cabal de que trata-se de Arte, meu assunto predileto no Master - terceira edição.

O Triângulo das Bermudas, versão GSM



Tatiana, atendente de call-center, me guiando para o
abatedouro do setor de "cancelamento de contas" da TIM

Brasileiro tem mania de fazer piada sobre tudo. Até da desgraça, principalmente a alheia. Brasileiro não gosta de drama, só de comédia. Tenho visto piadinhas na tevê, em revistas, em blogs, em conversas, em todo canto, sobre o que é tentar cancelar uma linha de telefone celular. O filme é de terror, minha gente! Não tem nada de comédia romântica. Não tem nada de Selton Melo, é Paulo Autran puro. Aliás, mais, é Antônio Abujamra na veia!

Já pintei várias versões da cena na cabeça, mas fico com duas. Na primeira, eu via uma ficção científica bem sombria, na qual a simples citação do verbo “cancelar” abria um portal, um alçapão sob os meus pés, que me atiraria para o mais absoluto Nada no espaço sideral, de onde nunca mais eu voltaria. Ficaria eternamente - ou morreria de asfixia antes disso – boiando no limbo do universo, numa dimensão paralela, ouvindo Pour Elise ou algo como “sua ligação é muito importante para nós”. Você, que assistiu Matrix e lembra das pessoas sendo resgatadas pelo fio do telefone pode imaginar, só que ao contrário. Um deslize, um inocente “quero cancelar...” e um wuuuuush!!! me sugaria rumo à morte, do fundo das profundezas do mais sombrio inferno estelar, mais conhecido como "setor de cancelamento de contas", lugar de onde ninguém nunca voltou pra contar a história.

Outra versão teria um galpão gigantesco, cinzento e úmido, repleto de mesas apertadas, onde zumbis com olheiras enormes e tiques nervosos provenientes do estresse me atenderiam sempre com um sotaque caipira, no gerúndio, fingindo uma educação e uma paciência fictícias. Tudo correria bem no início da ligação, parecendo algo cor-de-rosa em forma de voz, até o apocalíptico “cancelar”. Então tudo mudaria. Gritos horrendos tomariam conta do galpão e zumbis correriam em desespero entre as mesas, berrando “Falaram a palavra! Falaram a palavraaaa!!! Corram, salvem-se!!!”. Numa cena típica do mundo da televisão, contra-regras agilíssimos desmontariam o cenário em segundos, picadores de papel seriam acionados aos montes e rostos se derreteriam, como naquela cena de Os Caçadores da Arca Perdida. Tudo viraria pó e sangue, e só o que restariam seriam os milhões de telefonemas sem fim. Gemidos, ranger de dentes, choros angustiados tomariam conta dos escritórios de call-center, com humildes jovenzinhas, aos prantos, conhecendo seu triste destino, e dizendo "Meu Deus, me salve, e juro que vou estar abandonando essa vida!"

A primeira versão é mais verossímil. Dos 30 milhões de clientes que eles gostam de exibir nas propagandas, faço parte dos prováveis 10 milhões que estão flutuando entre as estrelas, ouvindo Pour Elise e um singelo “no momento nosso sistema está fora do ar, senhorrr” ou um "senhora, nosso sistema subitamente ficou inoperante, a senhora poderia estar nos ligando em 30 minutos?".

Terror puro. Terror total.

segunda-feira, abril 24, 2006

Notas de segunda-feira


Felipe Mafa Mafinha, companheiro de Schumacher na Ferrari, andou reclamando da estratégia da equipe durante os treinos classificatórios para o GP de Ímola, quando a equipe o empurrou no engarrafamento, prejudicando-o. "Me jogaram no meio do trânsito!", reclamou o novo Rubinho, aos prantos, refugiando-se no colo da mãe. Que saudade de Senna e Piquet...

Carla Perez e Xanddy reataram a relação. Na semana passada informavam que, depois de 4 dias de conversas, haviam se separado. Agora imagine Carla Perez e Xanddy conversando, durante quatro dias. Só podia dar nisso. Menos mal: uma semana de holofote não faz mal a ninguém sem capacidade de fazer algo além de rebolar. Caras, Quem, Contigo e Amiga agradecem.

Pescadores das Ilhas Maldivas fisgaram, acidentalmente, 1 tonelada e meia de maconha no fundo mar. Aquela rave do mal que iria rolar neste sábado teve que ser cancelada. Bob Esponja explica aos amigos que a casa caiu.

O governo do Rio Grande do Norte investiu R$ 1,25 milhão no último carnaval, em bandas e trios elétricos. O problema é que o carnaval no interior do estado foi mais triste do que sexta-feira santa. Ninguém foi contratado, ninguém tocou. Pra você ver, nem o circo do povo está a salvo.

Geraldo Alckmim andou, duas semanas atrás, comendo porcaria no nordeste, pra ganhar voto de pobre burro. Se aparecer aqui, vou fazer como fiz com um colega paulista. Oferecer uma cuia de tacacá e uma tijela de açaí, duas horas antes do vôo do Chuchu. Vai ser um divertido vôo de volta.

Muda novamente a grade de programação do SBT. Ana Paula Padrão volta para as 19:15h. Imegine o que o marido da moça anda tendo que aguentar em casa...

Evilásio Nascimento e Francisco Faquieiro, digo, Balieiro, devem retirar suas assinaturas do pedido de instalação da CPI da Cema (a CPI dos remédios). Andam justificando a decisão com o argumento do "ano político", que é complicado, sabe? Sabemos, sabemos.

Diz Tutty Vasques que os tucanos já falam em "vestidos não contabilizados" de dona Lu Alckmim.

Xico Vargas, colunista do site NoMinimo, assim descreve Mestrinho: "De Mestrinho sabe-se que o Congresso não ouviu a voz este ano, mas é do PMDB, como a governadora, manda em boa penca de votos no diretório de seu estado, o Amazonas, e marca vários pontos na prévia que escolherá o candidato do partido à presidência da República". Nicolas Jr., compositeiro amazonense, já esboça a letra de uma nova música contra os jornalistas do sudeste.

Pois é, fui assistir Emmerson Nogueira. À parte a companhia dos amigos, show besta, besta. Bom, ao menos finalmente se bolou uma nova versão para Hotel California, que agora conta com versos de Dust in the Wind, Every Breath You Take, Atirei o Pau no Gato, Layla e Moranguinho do Nordeste. Emmerson, que cantou 800 músicas em 1:40h de show, bem que poderia se candidatar ao Se Vira nos Trinta. Muita gente ainda não entendeu o mega-pout-pourri do Mineiro. Desculpa, Amaury, Meddley!

Pra quem ainda não sabe, o Club dos Terríveis voltou.

Interessantes as propagandas das operadoras de celular. Tim, 15 milhões de clientes; Claro, 20 milhões de clientes; Vivo, 30 milhões de clientes. A contrapartida seria algo como Tim, 5 milhões aguardando na linha pra cancelar seu plano; Claro, 8 milhões aguardando na linha pra cancelar seu plano; Vivo, 15 milhões aguardando na linha pra cancelar seu plano...

Ninguém se mete, ninguém se mete!




Aos interessados, Mainardi respondeu.

Notas, daqui a pouco.


sábado, abril 22, 2006

Pro meu velho Ismael


Não me lembro do homem que me levou ali. Eu era garoto, e estava pela primeira vez no Estádio da Colina. Pode ter sido um dos meus tios, pode ter sido um amigo da família. O estranho de não lembrar dele é o fato de que foi uma das únicas vezes na vida em que me senti filho, assistindo uma partida de futebol ao lado do pai.

Eu não entendia porque meu nome enfeitava aquela marquise, com letras enormes, até desproporcionais para o tamanho do estádio. Era muito estranha aquela inscrição “ESTÁDIO ISMAEL BENIGNO”. Do jogo, bem, é claro que não lembro. A imagem mais nítida que tenho daquela tarde era o fato de estarmos atrás de uma das traves, e eu perguntava ao meu “pai” por que nada acontecia ali. Ele me respondeu, reclamando: “É que o nosso time não chega aqui!”. Estávamos sentados às costas de um goleiro atento, mas ocioso. Nosso time não chegava até ele.

Quando penso no velho Ismael, “Patrono da Colina”, imagino as conversas que ele tinha com gente como Flaviano Limongi, e me dói não ter rido daquelas conversas. Quando ouço as histórias, inclusive as do Jokka, uma saudade do que não vivi me abate. Perdi meu velho Ismael muito cedo. Perdi meu pai muito cedo. Perdi as referências dessa veia bonachona da família. O futebol ficou esquecido no nome do velho, nas fotos que tenho do meu pai com Pelé e Tostão na Granja Comari. Ficou nas histórias das peixadas que minha vó serviu a Parreira, nas histórias que nunca vivi. Eu podia ter herdado esse amor pelo futebol, pelo clube. Mas não tive quem me ensinasse isso.

Hoje acompanho esse time à distância, com um carinho comedido e realista. Sei da história, porque sei da história daquele velho, que tanto fez pelo futebol e pelo bairro de São Raimundo. Torço por questão de genética, de lealdade ao passado. Hoje esse time de nome gostoso viaja pelo Brasil, numa glória humilde, em meio à inglória de outros. Hoje sou um pouco mais neto daquele velho, e vou torcer, com meu rádio nas alturas. E tentar lembrar daquela tarde, tantos anos atrás.

O Estado do Amazonas, 21 de abril de 2006

quarta-feira, abril 19, 2006

Passarinho que come pedra sabe


Na última edição da revista Veja Diogo Mainardi trabalhou, mais uma vez, contra a classe dos jornalistas. Movido indubitavelmente pela mais legítima intenção de desmascarar as hipocrisias diárias do Brasil, Mainardi tem seu Norte: escolher a dedo seus alvos, avaliar o grau de barulho que seu dedo apontado pode causar e atirar. Gritando feito bobo contra o presidente Lula, praticamente caiu no esquecimento.

Diogo achava, e lhes demos razão pra isso, que Lula era o assunto perfeito para um polemista nato. Lula, no entanto, provou que é apenas um chato. E, na condição de chato, é daqueles em quem apelidos não pegam, pois não parecem se incomodar com qualquer um deles. Diogo, então, sempre atento aos humores da platéia, viu que bater em Lula não rendia mais cartinhas revoltadas.

Ligado no movimento da audiência, deixou de perceber que nem Lulistas mais tinham ânimo para defender o presidente. Ele, Diogo, e ele, Lula, cairiam no esquecimento. Um sendo puxado e empurrado pelas várias áreas de uma revista, feito uma Galisteu pela grade do SBT, outro improvisando metáforas futebolísticas para uma nação de burros, ávidos para gritar. Então Diogo pesquisou, esperto que é, atrás de alguém, de uma classe que estivesse incólume à onda de frouxidão ética em que o país descobriu, pasmo, estar atolado. E ali estava! E não era apenas um, eram dezenas de Santos Graals, dando sopa a seu estilo ferino. Os jornalistas.

Diogo fez algumas ligações, conversou com algumas fontes e alçou mira. Depois, no entanto, de ajoelhar-se reverentemente em seu altar particular, numa humilde porém elegante capelinha, instalada num dos cômodos de seu apartamento, onde descansa uma imagem em gesso de Paulo Francis, cuidadosamente esculpida por artistas venezianos, com um paletó bem cortado e o par de óculos de fundo de garrafa – de vinho Bordeaux, si vou plais. Diogo rezou, pediu a benção do velho e abriu o notebook. É verdade, diga-se, que acertou em cheio no artigo sobre Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto. Então empolgou-se, ignorando os conselhos de seu padroeiro. Acusou Franklin Martins de fazer lobby, junto a lobistas, por um emprego ao irmão.

Agora Franklin Martins, comentarista político da Globo e notório craque do jornalismo, rebate Diogo, e lhe propõe um desafio: provar que Franklin é eticamente frouxo, apontando o senador que o teria ajudado com o emprego do irmão, ou deixar as páginas de Veja. A conferir, mas, à primeira vista, Mainardi dessa vez se fodeu (perdão, a palavra é essa mesmo). E ainda foi chamado de "um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política" - Franklin cunhou, afinal, a frase que tanta gente nunca conseguiu formular. Já tive mais coisas contra Mainardi, não sou nenhum “odiador” do rapaz. Por isso fico até triste em constatar que, enfim, o homem-bomba de Veja se estrepou. Com um sorrisinho prazeroso nos lábios, admito, mas triste.

Acompanhe e divirta-se no post abaixo.

Franklin Martins desafia Mainardi


Franklin Martins desafia Mainardi
Da Redação do site Comunique-se


Em resposta à coluna de Diogo Mainardi publicada na última edição da revista Veja, em 16/04, o comentarista político da Rede Globo Franklin Martins redigiu e enviou à semanal da Editora Abril e também ao Comunique-se a resposta que publicamos aqui.

Em seu último texto, Mainardi apontou conexões entre parentes de profissionais da imprensa e o poder público para exemplificar o que chamou de frouxidão moral da sociedade brasileira. Além de Martins, Helena Chagas, de O Globo, Eliane Cantanhêde, da Folha de S. Paulo, e Luís Costa Pinto, da Idéias, Fatos e Texto Ltda, também foram atacados pelo colunista. As duas jornalistas preferiram não responder às alegações de Mainardi. Costa Pinto, por outro lado, enviou uma resposta ao Comunique-se, publicada nesta segunda-feira (17/04).

Abaixo, segue o texto de Franklin Martins.

Desafio a um difamador

O sr. Diogo Mainardi, em artigo intitulado “Jornalistas são brasileiros”, publicado na revista Veja de 16 de abril de 2006, acusou a mim e a outros profissionais de imprensa de sermos “moralmente frouxos” e de mantermos “relações promíscuas” com o poder político. No meu caso, saiu-se com a estapafúrdia história de que eu teria uma cota pessoal de nomeações no serviço público. Nessa cota, estariam meu irmão, Victor Martins, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e minha mulher, Ivanisa.

Seguem-se alguns esclarecimentos. Devo-os não ao sr. Mainardi, mas a meus leitores, telespectadores e ouvintes, e também a meus colegas de profissão que, com razão, continuam a acreditar que o jornalismo só tem valor se for exercido com espírito público e ética:

1. Não tive, em qualquer momento ou em qualquer instância, nada a ver com a nomeação de meu irmão, profissional conceituado na área de petróleo, para a diretoria da ANP. Jamais intercedi junto a quem quer que fosse no Poder Executivo para sua indicação. Jamais pedi a qualquer membro do Senado, a quem cabe constitucionalmente aprovar ou recusar as diretorias das agências reguladoras, que olhasse com simpatia seu nome. Não movi uma palha nesse episódio. Meu irmão tem a vida profissional dele e eu, a minha.

O sr. Mainardi não é obrigado a acreditar no que digo. Mas, se não fosse um difamador travestido de jornalista, teria se esforçado para apoiar suas acusações em fatos que revelassem uma conduta inadequada da minha parte, e não apelado para trechos de discursos desse ou daquele parlamentar com referências à minha pessoa que não significam absolutamente nada. Sobre o que falam deputados e senadores nem eu nem o sr. Mainardi temos a menor responsabilidade. Qualquer pessoa medianamente informada sabe disso. Somos eu e ele responsáveis apenas pelos nossos atos.

Por isso, lanço-lhe um desafio. Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras – um só, não é necessário mais do que um – vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio para o nome de meu irmão, me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da “Veja” da coluna que assina na revista.

Tudo ou nada, bola ou búrica. O sr. Mainardi topa o desafio ?

Se topa, proponho que escolha uma pessoa de sua confiança, enquanto eu pedirei à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que designe um profissional acima de qualquer suspeita, para que ambos conversem imediatamente com todos os senadores e senadoras e ponham essa história em pratos limpos.

Se não topa o desafio, o sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador.

Sei os riscos que estou correndo. Entre os 81 senadores, há vários que, em um ou outro momento, já foram frontalmente criticados por mim. Outros devem ter discordado inúmeras vezes de minhas opiniões e avaliações. É provável que haja, inclusive, quem, em algum episódio, tenha se sentido injustiçado por alguma palavra minha. Mesmo assim duvido que apareça um só senador, governista ou oposicionista, do Norte ou do Sul, veterano ou novato, que confirme a afirmação insultuosa do sr. Mainardi de que fiz tráfico de influência para nomear um irmão para a ANP. Duvido que apareça por uma razão muito simples: isso simplesmente nunca ocorreu.

2. Quanto à minha mulher, é funcionária pública há mais de 20 anos. E servidores públicos, sr. Mainardi, por incrível que lhe pareça, trabalham no serviço público. Não sei qual a razão de sua surpresa com o fato. Devo esclarecer que, embora seja profissional extremamente competente, com mestrado em planejamento social na London School of Economics, já tendo dirigido agências e programas nacionais na área, no momento minha mulher não exerce cargo comissionado e sequer tem função gratificada. Por que? Não sei. Coisas do serviço público ...

Dados os esclarecimentos, sigo adiante.

Nem sempre concordo com o que escrevem Eliane Cantanhede, da “Folha de S. Paulo”, e Helena Chagas, de “O Globo”, também difamadas pelo sr. Mainardi no artigo mencionado. Mas isso não me impede de dizer que são duas tremendas profissionais, das melhores jornalistas deste país. Na nossa profissão, como em todas outras, há gente séria e gente que não presta, pessoas íntegras e pessoas sem caráter. Eliane e Helena estão na primeira categoria e me honra ter sido colocado na companhia delas. Para mim, desabonador seria o contrário.

Os ataques que sofremos Eliane, Helena e eu talvez sejam os mais graves, mas não são os primeiros que o sr. Mainardi lançou recentemente contra jornalistas. Nos últimos meses, semana sim, semana não, pelo menos duas dúzias deles, foram vítimas de investidas absolutamente desrespeitosas, carregadas de insinuações capciosas contra suas atividades e carreiras. Mas como ninguém deu pelota para os arreganhos do rapaz – nem os jornalistas, que simplesmente não o levam a sério, nem os leitores da “Veja”, que já se cansaram de ver um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política –, o sr. Mainardi decidiu aumentar o calibre de seus ataques. E partiu para a difamação pura e simples.

Vivemos numa democracia, felizmente. Todos têm o direito a defender suas idéias, mesmo os doidivanas, e a tornar públicas suas posições, mesmo as equivocadas. Em compensação, todos estão obrigados a aceitar que elas sejam criticadas livremente. O sr. Mainardi, por exemplo, tem a prerrogativa de dizer as bobagens que lhe dão na telha, mas não pode ficar chateado se aparecer alguém em seguida dizendo que ele não passa de um bobo. Pode pedir a deposição do presidente Lula, mas não pode ficar amuado se alguém, por isso, chamá-lo de golpista. Pode dizer que o povo brasileiro é moralmente frouxo, mas não pode se magoar depois se alguém classificá-lo apenas como um tolo enfatuado. Ou seja, o sr. Mainardi pode falar o que quiser, mas não pode querer impedir que os outros falem.

Mais ainda: o sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada.

No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias. No processo criminal, o sr. Mainardi terá todas as oportunidades de provar que usei minha condição de jornalista para traficar influência. Como é mais fácil um burro voar do que ele dar substância às suas invencionices a meu respeito, estou confiante de que se fará justiça e o difamador será condenado pelo seu crime.

Desde já, adianto que, se a Justiça fixar indenizações por danos morais, o dinheiro será doado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e à Associação Brasileira de Imprensa. Não quero um centavo dessa causa. Não dou tanta importância a dinheiro como o sr. Mainardi, que já definiu seu próprio perfil: “Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha”.

Prefiro ficar com Cláudio Abramo: “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”. Mas, para tanto, o sr. Mainardi está incapacitado. Não porque lhe seja escassa a inteligência; simplesmente falta-lhe caráter. A história da moedinha diz tudo.

Da minha parte, seguirei fazendo o único jornalismo que sei fazer, o que busca dar informações ao leitor, ao telespectador, ao ouvinte, com inteligência e respeito, para que ele forme sua própria opinião sobre os fatos. Não quero fazer a cabeça de ninguém. Não creio que essa seja a missão da imprensa, ainda que alguns jornalistas e alguns órgãos de comunicação, de vez em quando, queiram ir além das suas chinelas. Existimos para informar à sociedade, e não para puxá-la pelo nariz para onde quer que seja.

E desse jornalismo não vou me afastar, apesar das mentiras, da gritaria e das difamações do colunista da “Veja”.

O macartismo não me intimida. O sr. Mainardi, muito menos.


segunda-feira, abril 17, 2006

Notas de segunda-feira


Acabei de saber que estudos apontam os implantes de silicone nos seios como obstáculos que dificultam o diagnóstico de câncer. A poderosa, maquiavélica e demoníaca Rede Globo já estuda formas de desqualificar as pesquisas, preocupada com os efeitos das revelações na sua já combalida audiência de fevereiro.

O UOL acaba de noticiar que aliados de Lula cogitam o nome de Aldo Rebelo para a candidatura petista ao governo de São Paulo. Millôr Fernandes estava errado. E sim, a possibilidade de Aldo governar o mais rico estado brasileiro é prova cabal da completa incompetência eleitoral paulista.

Num claro e simpático exagero, o pessoal da Rádio CBN tem falado numa espécie de "Nosso Arnaldo Jabor" ou "Arnaldo Jabor Baré". O comentário elogioso é uma delícia, mas injusto. Comigo, que não tenho a capacidade do escritor-poeta-cinesta-comentarista, e com ele, que merece comparações mais, digamos, de peso. Obrigado, gente, mas é um pouco demais...

Mas confesso, o comentário tem me subido à cabeça. Em rodadas com amigos, já fui flagrado contando histórias sobre "as velhas utopias da geração de 64" e que "Bin Laden é o maior aliado de Bush".

Uma nota do Portal Terra diz que a rede Record está interessada em FHC para comandar o programa Aprendiz, até aqui apresentado pelo publicitário Roberto Justus. A rede de tevê não nutre utopias ingênuas (olha eu de novo!) sobre um "Sim" do ex-presidente, mas vai tentar um milagre prometendo uma segunda edição com o sociólogo. Uma espécie de reeleição antecipada, com direito a pôsteres do apresentador espalhados por todo o cenário.

Assisti o King Kong de Peter Jackson. Por favor me desculpem, Marco e Renatinha, mas o filme é espetacular. Com Naomi Watts então, uma obra-prima.

Assisto, neste exato momento, a cobertura exclusiva, completa e em tempo real de um dos acontecimentos mais marcantes do ano amazônico: a celebração da Páscoa nas igrejas de Manaus. É a Rede Amazônica e seu faro para o furo jornalístico. Enquanto isso Mestrinho é feito refém em São Conrado (RJ), sua mulher é agredida e sua casa é assaltada. Bobagem, claro.

ôpa! Agora vai começar a edição local do Esporte Espetacular! Dudu Monteiro, coitado, vai fazer o que pode. Mas é até simpática a honestidade de seu trabalho: "Olá, Salve, salve! Por hoje é só! Amanhã? tem mais!". E pronto.

Eis o drama de uma existência: enquanto sonho com o Cirque Du Soleil, que vem ao Brasil em agosto, preciso decidir se quero assistir Emmerson Nogueira em pé ou sentado. Graças a Deus só tenho amigos honestos, afinal, estão todos lisos. Se bem que... deixa pra lá.

Fezes acaba de fazer o que melhor sabe fazer ali, bem na entrada da garagem, pessoal. Vou lá. Até mais.

sexta-feira, abril 14, 2006

Também, eu nem queria...


Um repórter de uma revista chique de Manaus certa vez me ligou. Queria fazer uma entrevista, pois estava trabalhando numa reportagem sobre blogs. O interessante é que, antes que conversássemos, ele me explicou a razão da ligação com um desdenhoso "é, me passaram essa pauta sobre blogs... Eu acho que já é um assunto batido, blogs não são mais novidade...". Então continuamos.

Nunca dei entrevista, nem pro Patrick Mota nem pro Ibope. Era a glória suprema, alguém me entrevistava, e já não mais importava se era a Folha de S. Paulo, O Maskate ou o "Fanzine dos Seguidores do Espírito de Che Guevara".

Então o repórter começou, perguntando se meu estilo era pessoal, baladeiro ou nerd. Acho que foi isso. Fazendo referências ao KibeLoko, um site de charges, me preocupei. Achei que fosse bobagem. Falei, falei e falei. Não sei quanto do que eu falei foi captado.

Enfim, esperei e esperei pela revista. E hoje, Sexta-feira Santa, a encontrei, tentando comprar um peixe num supermercado. R$ 8,90. Não abri a revista até chegar em casa e entregá-la à Hellen, todo orgulhoso.

Ela folheou, folheou, folheou... Nada. Havia uma reportagem sobre blogs, mas entre as fotos da Narcisa Tamborindeguy baré e outras patricinhas baladeiras, nada.

Acho que falei demais naquela entrevista. Disse que não faço piada e não gritei nenhum "U-hú!"

Paciência.

quinta-feira, abril 13, 2006

Ctrl+V Ctrl+V Ctrl+V Ctrl+V Ctrl+V Ctrl+V...




Sei lá, acho que vou pro show do Emerson Nogueira. Tudo bem, já fui. Tudo bem, é a mesma coisa. Tudo bem, ficou meio chatinho, como ficou chatinho o Renato Vargas, como ficou chatinha a Marianna Leporace, como ficou chatinho tudo o que é cópia. Sublimei a expectativa, O Tédio venceu a Esperança.

Paciência. Enquanto nada muda, refugiemo-nos no passado, que, ainda assim, não traz apenas coisas boas.

Paciência. Se é pra ouvir toda noite, em todo bar, uma versãozinha cabeça de Rosa (tu és, estrela graciosa, estátua majestosa...), prefiro Groove is in the Heart.

O homem nasce original e morre cópia.


terça-feira, abril 11, 2006

Um scrap para Pedro Doria


O sempre imprescindível Pedro Doria diz que "Aproximadamente onze milhões dos mais de 15 milhões de usuários registrados no Orkut informam residir no Brasil – uma figura fantástica, dado que as estimativas dizem que apenas 12 milhões de brasileiros acessam a Internet de casa. De Seth Kugel para o New York Times."

Ora, Pedro, os 12 milhões acessam a internet de casa. Os outros milhões, a maioria, acessam o Orkut do trabalho.

segunda-feira, abril 10, 2006

A tábua de passar socialista


Fabrício Lima tinha razão. Serafim Corrêa vem usando, acintosamente, a máquina pública do mercado a favor de si. Como já não bastasse incutir na cabecinha das crianças do primário a mensagem subliminar da borracha do 40, agora molha a mão do Carrefour, multinacional francesa de supermercados. Veja só o flagrante da tábua de passar roupa Passa Fácil. Serafim agora implanta, subliminarmente, na cabeça das Marinetes da vida, seu sistema de bilhetagem nos ônibus da cidade. Serafim não é mole, não!

domingo, abril 09, 2006

The wrong man, the right place and hour...




Nesta segunda-feira, dia 10 de abril, entre as 8 e as 10 da manhã, na CBN, 91,5Mhz, algo muito estranho acontecerá. Sinto muito, eu precisava contar...

Brainstorming


Você não sabe, porque eu nunca falei. Mas amo, simplesmente amo o teu jeito de sentir medo de filme ruinzinho no Super-Cine. Você também não sabe, porque eu nunca falei, mas amo nossos domingos a dois, tomando nossa cerveja - proibida pra você - fazendo nosso peixe e ouvindo nossas músicas. Minto. Suas músicas. Amo ficar aqui, de longe, vendo o teu rebolado ao som de um disco do Ace of Base, pedindo um beliscão apaixonado e um abraço, daqueles por trás. Amo teu jeito de falar feito criança, me pedindo pra checar se não há nada embaixo da cama, toda noite, antes de dormir, no mais fofo dos TOCs que eu pude tratar a base de beijos. Amo ler Cem Anos de Solidão pra ti, pra te fazer dormir enquanto não termino o primeiro parágrafo. Amo o teu molho vinagrete, o teu arroz cozido e a tua completa incompetência pra comprar comida. Amo tudo em você, amo tudo neste domingo nublado, nesta cerveja clandestina.

Eu te amo.

quinta-feira, abril 06, 2006

Oferta e Demanda rule!



Um caça russo MiG foi encontrado dentro de um conteiner em Hong Kong

Por um instante imaginei o cabôco, lá no Galvez, me oferecendo seus produtos:
"Vai DVD, CD, patrão? Relógio, colar, caça supersônico? Vai?"


terça-feira, abril 04, 2006

38, 39, piiiii..., 41, 42...



A borracha de Serafim, flagrada pelo blog ConversaCruzada. Escândalo!

A BORRACHA SOCIALISTA
José Ribamar Bessa Freire
02/04/2006 - Diário do Amazonas


Os moradores da cidade de Manaus podem dormir tranqüilos, porque têm alguém lúcido e corajoso para defendê-los: o vereador Fabrício Lima (PSDB). Bravo, destemido e aguerrido, o jovem edil Fabrício possui aquelas cinco qualidades que, na opinião do escritor alemão Bertolt Brecht, são necessárias para quem quer defender a verdade. Vem, leitor (a). Confere comigo uma por uma.

1 - A inteligência de descobrir a verdade.

Essa é a primeira qualidade assinalada por Brecht. Não é qualquer um que recebeu esse dom de Deus. Em Manaus, o vereador Fabrício é um dos raros cérebros capazes de perceber, por exemplo, aquilo que os babacas não viram: que o material escolar distribuído pela Prefeitura constitui crime de campanha eleitoral antecipada. Aliás, antecipadíssima, como aqui demonstraremos.

Acontece que a Secretaria Municipal de Educação distribuiu uma borracha branca onde aparece escrito "Escolar 40". Os ignorantes acharam que aquilo era apenas a marca de uma borracha que vem sendo comprada pela Prefeitura nos últimos quinze anos. No entanto, com sua perspicácia, Fabrício viu o que ninguém viu: 40 é o número do Partido Socialista, do prefeito Serafim. Aqui pra nós, é muita coincidência, né não?.

“As crianças que vão usar a borracha não votam e, além disso, Serafim não é candidato nas próximas eleições” - gemem os idiotas da objetividade. Tolinhos! Bobinhos! Fabrício sabe que o secretário de Educação, José Cyrino, é um visionário e está olhando para o futuro. Essas crianças, que hoje têm oito anos, serão eleitores com 16 anos, quando provavelmente o Sarafa vai se candidatar a governador.

Ora, no ano de 2014, na hora de votar, essas crianças podem até preferir outro candidato, mas a propaganda subliminar terá sido tão eficaz que elas, mesmo sem querer, votarão no Sarafa, porque a lembrança da borracha socialista não se apagará - sem qualquer trocadilho - de suas memórias. Trata-se, sem dúvida, de crime eleitoral.

2 - A coragem de dizer a verdade.

Pode até existir outro vereador com a mesma lucidez de Fabrício para descobrir a verdade. Mas seguramente não terá a segunda qualidade anunciada por Brecht. É preciso ter - com o perdão da palavra - colhões para dizer a verdade. Essa coragem não falta ao ex-líder estudantil. Não é por acaso que ele foi (e continua sendo) representante de turma do Colégio La Salle...

Continue lendo, você não vai se arrepender, a não ser que não goste de rir. Essa belezura de escracho continua aqui.

Fabrício podia ficar sem essa.


Lula por um triz


Paulo Okamoto, que é pior ator do que aquele japonês de Belíssima, está a ponto de, em péssimo português de presidente do Sebrae de Lula, derrubar o Presidente. É péssimo, tanto que depende da Justiça de Nelson Jobim pra se proteger do fuzilamento. Paulo de Tarso Venceslau, militante do PT com rara inteligência, está sendo acareado com o japa, e sente-se ótimo no meio do ringue, trabalhando na linha de cintura do adversário. Se eu fosse você, ligava na CBN agora e acompanhava o episódio. Arrisco dizer que, feitas as perguntas certas, o amigo de Lula vai ajudar a derrubar o barbudo. Ou isso ou faz haraquiri em frente às câmeras.

Se a Lilian desse essa notícia...


Assessores do centro de dependência química da escola de medicina Saint George's, de Londres, publicaram no jornal de psicologia Psychosomatics o caso de um homem que tomou 40 mil doses de ecstasy ao longo de nove anos.

Enfim, capturaram o Tas.

Não o Marcelo, o Demônio.

Lilian Wite Fibe daria outro showzinho com uma notícia dessas.


domingo, abril 02, 2006

Mau humor


Arnaldo Branco criou o Capitão Presença, um super-herói, digamos, diferente. Agora o grande "Preza" ouviu o clamor das massas e lança sua candidatura a presidente. Ainda vai rolar muita risada.