quarta-feira, novembro 30, 2005
Hublet é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo
José Dirceu foi agredido a bengaladas, na noite desta terça-feira, pelo sexagenário e escritor Yves Hublet. Enquanto descia o pau no cara-de-pau, Hublet gritava "Fristão! Fristão!", numa referência ao arquiinimigo de Dom Quixote. Enquanto apanhava, Dirrrceu só dizia "Era só o que faltava!". Não, Dirrrceu, ainda falta mais. O Sérgio Faria, do Catarro Verde, já deu a largada para a campanha da venda dos livros do escritor para as crianças brasileiras. Bom, de seus agressores Dirrrceu não pode reclamar. Dirrrceu tem aquela pose de empresário poderoso, e ficou com uma agressãozinha bem fina. Sua colega cafona, Marta Suplício, tomou foi uma "ovada", com galinha e tudo, na tarraqueta. Como se vê, os agressores brasileiros - todos a mando das "forças conservadoras" - estão investindo no requinte e no bom senso contra essa gente.
terça-feira, novembro 29, 2005
Quêde os ministros do STF?!
Segue abaixo post do Sérgio Faria de segunda-feira. Os comentários são do próprio:
Pátria amada de merda. Enquanto o Zedirceu vai virando o jogo com os juízes do STF a $eu favor + Sarney + ACM para livrar sua cara imunda, veja você o que rola na vida real:
SEM JULGAMENTO, IDOSA AGONIZA NA CADEIA
[Gilmar Penteado, da Falha de S. Paulo]
A ex-bóia-fria estende as mãos e começa a apontar, um a um, os calos dos dedos. Quer mostrar que nunca teve medo de trabalho pesado. Antes de terminar, porém, esquece a conta e usa as mãos para comprimir a bolsa de colostomia, em uma tentativa de aliviar a dor. O gesto é um sinal de que a entrevista terá de ser breve. Aos 79 anos, doente terminal de câncer de ovário e de intestino, pesando menos de 40 quilos, Iolanda Figueiral agora se contorce de dor na cama de uma penitenciária em São Paulo, onde aguarda julgamento longe de casa, dos quatro filhos, dos 15 netos e dos 15 bisnetos.
Iolanda é uma das mais de 600 presas da Penitenciária Feminina do Tatuapé, na zona leste da cidade. A acusação: tráfico de drogas, equiparado a um crime hediondo (como um homicídio cometido com crueldade), segundo a legislação penal brasileira. Só que Iolanda é presa provisória - até o julgamento, existe a presunção de inocência - e nega ter cometido o crime. Policiais encontraram 19 pedras de crack - menos de 17 gramas - na sua casa. Ela foi presa com o filho, de 40 anos, há quase quatro meses, na periferia da cidade de Campinas (95 km de São Paulo).
Iolanda afirma que a droga foi jogada na sua casa por um estranho, momentos antes da chegada da polícia ao local. Desde então, o advogado da família, Rodolpho Pettená Filho, e a Pastoral Carcerária, tentam tirar Iolanda da cadeia. Pediram tudo o que era possível: relaxamento da prisão por falta de prova, liberdade provisória em caráter excepcional, indulto humanitário e prisão albergue domiciliar (o preso cumpre a pena em casa).
Iolanda não tem antecedentes criminais, tem residência fixa e vive com a aposentadoria de R$ 300. Mesmo assim, a Justiça negou todos os pedidos.
O juiz José Guilherme Di Rienzo Marrey, da 6ª Vara Criminal de Campinas, citou a lei de crimes hediondos para mantê-la na prisão, apesar de dois pareceres do Ministério Público favoráveis à liberdade provisória em caráter excepcional. A lei proíbe a concessão de liberdade provisória para crimes hediondos ou equiparados, como o tráfico de drogas. O Tribunal de Justiça de São Paulo também negou habeas corpus.
Analfabeta, ex-bóia fria e ex-catadora de papelão, Iolanda balança a cabeça negativamente quando questionada se sabe o que significa essa lei.
Também não sabe dizer quem é Paulo Maluf, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo -cinco anos mais novo do que ela -, também preso com o filho, citado pela Pastoral Carcerária no pedido de liberdade de Iolanda: "Seria injusto recusar a liberdade a alguém nessas condições [referindo-se a Iolanda] quando se concedeu liberdade por razões humanitárias ao sr. Paulo Maluf e seu filho, cuja situação [de saúde], com todo respeito, não pode ser considerada pior do que a de dona Iolanda", diz trecho do pedido. "Que perigo ela representa para a sociedade nessas condições?", afirmou Heidi Cerneka, da coordenação feminina da Pastoral Carcerária.
Para o advogado de Iolanda, o Código Penal é aplicado de forma diferenciada para ricos e pobres. "Eu lamento ver isso na nossa Justiça. O Código Penal é um só, mas a Justiça tem dado decisões mais brandas para os réus com mais recursos e decisões mais severas para os com menos recursos", afirmou. "Enquanto os irmãos Cravinhos [que confessaram o assassinato com golpes de barra de ferro do casal Marísia e Manfred von Richthofen] ganharam liberdade, uma pobre senhora está morrendo no cárcere por um crime bem mais leve."
ÚLTIMO PEDIDO
"Eu só quero morrer perto dos meus filhos", afirmou Iolanda, que tenta se manter sentada na cama. Os filhos e netos se revezam para visitá-la todos os domingos. "Toda família está muito indignada com o que está acontecendo. Não há motivos para fazer com que ela sofra assim", afirmou José Pedro de Almeida, 45, um dos filhos da ex-bóia-fria. Mesmo com a dor, Iolanda quer falar. Reclama que não conseguiu ver o outro filho, Carlos Roberto, 40, que sofre de diabetes e hipertensão, preso com ela também sob acusação de tráfico de drogas. "Na audiência [no fórum de Campinas], não me deixaram falar com ele. Nós não somos bichos", afirmou.
Iolanda é, então, vencida pela dor e desaba na cama. Uma funcionária traz um analgésico. A movimentação na enfermaria agita as presas, que perguntam se a ex-bóia-fria está bem. "O que ela pode fazer no crime?", questiona uma detenta. O médico é chamado às pressas. A entrevista é interrompida. Iolanda se despede com um gesto de mão e um sorriso. "Que Deus faça eles terem dó de mim", ainda consegue balbuciar.
segunda-feira, novembro 28, 2005
Notas de segunda-feira
Para pesquisadores da Universidade de Pavia, na Itália, o aumento dos níveis das proteínas chamadas neurotrofinas está ligado aos primeiros rubores do amor. Depois de um ano, os níveis dessas proteínas caem, e o casal vira um par de amigos que vez por outra fazem sexo.
Pierluigi Politi, da equipe de pesquisadores, disse que os resultados do estudo não sugerem que as pessoas não amam mais, apenas trocam o “amor agudo” pelo amor mais estável. Politi acrescenta que "nosso conhecimento da neurobiologia do amor romântico continua limitado" e que mais pesquisas precisam ser feitas. Ah, tá.
Louise Caroline, vice-presidente da UNE e colaboradora do Blog do Noblat, escreveu artigo sobre o aumento do preço das passagens de ônibus no Recife. Assim começava o artigo: "Companheiros e companheiras,...". Parei por ali mesmo.
É divertido constatar que Palocci realmente é o que sobra de governo neste governo. Há horas em que parece que o país inteiro quer acusá-lo de algo, só pra ter o prazer de vê-lo jogando baldes de água nos acusadores. As revistas, os jornais, os adversários e os colegas de governo adoram gente articulada, habilidosa.
E assim o país vai seguindo, nessas azias modorrentas de crise, ponteadas por pílulas de um Engov qualquer, defendido por um ministro que mal consegue pronunciar corretamente o próprio sobrenome.
O julgamento de Saddam Hussein voltou a ser adiado. José Dirceu já se preparava para trocar seus advogados pelos do ex-ditador, quando foi avisado que Sepúlveda Pertence, melhor amigo do seu melhor amigo, o “Kakay”, irá julgá-lo no STF.
Virou polêmica a atitude de um juiz mineiro de mandar soltar assassinos condenados por causa da superlotação das delegacias mineiras. Acho justo, especialmente se o nível dos freqüentadores desses lugares melhorar, as cadeias virarão hotéis de bom nível. A Polinter, por onde já se hospedaram Malufs e Nicolaus, deve ser um brinco.
Ronaldinho ganhou a Bola de Ouro da Fifa. Pois é.
Vídeo que exibe recrutas sendo obrigados a lutar nus choca o país e é enviado ao Ministério da Defesa. As imagens mostram um grupo de jovens sem roupa assistindo a uma briga entre dois homens, também nus, num lamaçal. Em determinado momento, dois outros entram na briga, um vestido de colegial e outro de cirurgião.
Não, não foi no Brasil, mas na Inglaterra. E as oficiais responsáveis pelo trote alegam que também têm suas fantasias de assistir homens nus lutando na lama, vestidos de colegiais e de médicos, ora essa. Qual o problema?!
Notícia do Portal Terra: “Kelly Osbourne nega fim de carreira”. Perguntada sobre seu trabalho como cantora que não canta, a filha de Ozzy se confundiu e rebateu, em meio a palavrões chulos e de baixo calão: “Mentira! Eu tenho muitas carreiras ainda, viu?! Dinheiro nunca foi problema pra mim, e consigo quantas eu quiser a qualquer hora do dia!”
Raica, a modelo eleita a Musa do Verão de 2006, justificadamente se achando, diz que já escolheu com quem vai ficar: o Príncipe William, da Inglaterra. Ronaldo, que num arroubo de romantismo e mau gosto levara a cruzeta humana para a churrascaria Porcão, no Rio, lamenta. Ficou sem a gorduchinha, a bola da Fifa, e sem a magrelinha. Aliás, Ronaldo vem dando até pena, não?
Responda rápido: “O que você faria com dois quilos a mais?”.
quarta-feira, novembro 23, 2005
Direto de um cyber-café que cheira a café.
Depois deste longo tempo de inconstâncias e sumiços, tudo volta ao normal, ou seja, com posts diários sempre que possível (o que será sempre), quem sabe mais de um. O ritmo volta ao normal na segunda-feira.
Peço desculpas aos visitantes insistentes.
Dito isto, vamos lá.
quinta-feira, novembro 10, 2005
Ele não sabia de nada
Chegou à imprensa a notícia de que, na volta de sua viagem a Moscou, Lula teria assistido ao filme Dois Filhos de Francisco a bordo do avião presidencial. Tudo bem, não fosse o detalhe de que o filme só será lançado em DVD em 7 de dezembro, ou seja, o presidente da república, sua assessoria, sua comitiva e seus companheiros compram e assistem a filmes piratas.
A assessoria do presidente ainda não identificou o membro da oposição que teria “plantado” o DVD a bordo do avião oficial, para que o governo passasse por mais esse constrangimento. A cópia pirata do filme – “não oficial”, na língua oficial petista – foi apreendida depois do incidente, a pedido do presidente, visivelmente abalado.
Um repórter, mau-educado que só ele, conseguiu furar a linha de seguranças, deputados e senadores da tropa de choque do presidente e, aos berros, conseguiu fazer uma pergunta ao supremo mandatário do país:
- Presidente, presidente! Como o senhor explica o fato de que assistiu a um filme pirata a bordo do avião presidencial?!
- Veja, é claro que é intolerável o que aconteceu. Veja, eu não posso admitir que uma coisa dessas aconteça no meu governo. Veja, eu estou me sentindo traído, mas não vou citar nomes para não fazer injustiça, mas veja, o que aconteceu a bordo do avião presidencial, que não é meu, é o que vem acontecendo sistematicamente nesse país, meu caro.
- Mas presidente...
- Veja, eu já esclareci a questão. Vamos esperar que o Ministério Público, a Polícia Federal, as três CPIs que estão em andamento e a Justiça Brasileira apontem os culpados. Já respondi sua pergunta, meu caro. Agora você pode me dar licença pra eu tocar o berimbau do meu companheiro, o presidente de Botsuana, que veio me visitar?! Posso?!
segunda-feira, novembro 07, 2005
Notas de segunda-feira
Não sei pra que tanto protesto. Brasília e Bush têm tudo a ver.
Há 11 dias a França vive clima de guerra urbana, com conflitos violentos, incineração de carros e de prédios. É isso que dá uma nação estar desacostumada a ver adolescentes morrerem fugindo da polícia.
A loja Daslu, a Meca das esposas de políticos (que recebem 15 mil reais por mês), está em crise, demitindo e esperando por compradores – não de bolsinhas, mas da loja mesmo. Constata-se que, nessa terra de muro baixo, dentro da lei as coisas minguam. As importações estão paradas, já que agora Eliana Tranchesi precisa declarar o preço real de seus produtos aos fornecedores e à Receita. Vida difícil, essa de empresário honesto nesse país.
Numa dessas perguntaria Juquinha: “Ué, mas a pose de vocês não vinha justamente porque podiam pagar o que ninguém mais podia?”. Ao que Zezinho responderia: “É que tem gente que gosta de esbanjar, Juquinha, mas sem pagar por isso, entendeu?”
A vazante histórica dos rios amazônicos parece ter trazido às ruas todos os ribeirinhos flagelados. Setas, faixas, limites de velocidade, semáforos, pra quê?!
Terá São Judas Tadeu ouvido as preces do time do Flamengo? Ou o santo anda recebendo propina pra favorecer o time carioca?
Arlindo Chináglia, líder do governo no congresso, disse que só falta que a oposição acuse Lula de ter recebido dinheiro de Osama Bin Laden, depois das acusações de ajuda cubana à campanha de 2002. Pelo jeito o presidente Lula ainda não percebeu – oh! – o mau gosto da comparação. Então Fidel, inspiração histórica da cretinice esquerdista brasileira, está no mesmo balaio de Bin Laden?
Depois de Glória Perez qualquer porcaria seria belíssima, comadre.
Lula, oferecendo churrasco na Granja (pegou, pegou?) com o sugestivo nome de Torto a Jesus W. Christ, preparado por um churrasqueiro sul-mato-grossense? Simão Pessoa está certíssimo, esse é o país da piada pronta.
E pergunta enviada por leitor do Tutty Vasques à coluna: “Se um político comer carne infectada por febre aftosa, toda a manada precisará ser sacrificada?” Hum...
sábado, novembro 05, 2005
Bofetada na cara da idiotia
O bom gosto, caetaneado, do avesso, do avesso, do avesso.
Glória Perez, sobre a notícia de que o público brasileiro rejeitaria o beijo gay no final de América:
“Eu sempre me divirto com os invencionismos publicados sobre a minha história. Tipo, quem vai acabar com quem e até participações de certos atores que não irão acontecer, como é o caso de José Mayer. Mas essa história da rejeição me assustou, porque além de ser mentirosa é preconceituosa e perigosa. Se trabalhasse numa emissora careta, uma matéria desse tipo poderia influenciar na decisão da casa. Felizmente, a Globo não é assim e respeita a decisão do autor”.
Bem, o beijo foi cortado do último capítulo. Torce, espera e anseia esse Malfazejo aqui que Dona Glória fique magoada e nunca mais escreva outra novela.
sexta-feira, novembro 04, 2005
O Malfazejo Recomenda
Portishead, ao vivo em Nova Iorque. Assista, equipado com um copo de água, salpicado por pedras de uísque.
quinta-feira, novembro 03, 2005
Cartilha aberta ao povo brasileiro
- Ninguém, sozinho, irá resolver os problemas do país.
- Quando alguém lhe oferecer um presente em época de eleições, aceite. Seu voto não tem nada a ver com isso. Não há como saberem em quem você votou.
- Não se deixe enganar. Políticos não brigam, não ficam de mal, não se desentendem.
- Não se deixe enganar. Políticos não fazem as pazes. Até porque não brigam.
- Prefeitos, governadores e presidentes não fazem leis sozinhos. Quando lhe prometerem mais ônibus, mais segurança e mais saúde, nunca acredite.
- Ruas asfaltadas, médicos nos hospitais e água na torneira não são presentes. Quando um político lhe oferecer essas coisas como presente, pergunte: "por que você não fez isso antes?". É pura obrigação.
- Quando você souber que alguém recebe da prefeitura ou do governo sem trabalhar, denuncie. É o seu dinheiro que está sendo roubado.
- Partidos do Bem não existem, nem partidos do Mal.
- Nunca, nunca mais vote em quem você considera "bem intencionado". Boas intenções não resolvem nada.
- Interesse-se por política, procure saber quem é quem. Você pode ter raiva de políticos, mas, como o voto é obrigatório, faça-me o favor de se interessar. Ou você já passou em vestibular sem estudar?
- Pare de reclamar dos políticos. A culpa não é deles.
- Desconfie, aliás, não vote em quem visivelmente gasta milhões só pra se eleger e ter um salário de 8.000 reais.
- Pare de admirar o poder daquele político ladrão. As mansões, os carrões, os jornais, as empresas e os helicópeteros foram pagos, muito provavelmente, por você.
- Na política não há santos, acostume-se. Vote naquele chato, que fala manso sobre coisas chatas. E lembre-se: são os assuntos chatos os mais importantes.
- Exija a prestação de contas do seu dinheiro. Você não faz isso em casa?
- Denuncie a corrupção, por mais que não valha a pena.
- Política não é moda, festa nem revolução. Não se deixe enganar por patricinhas e playboys que fazem campanha para alguém. Faça o mesmo com líderes estudantis e qualquer outro tipo de revolucionário.
- Políticos recebem até 15.000 reais, em média, por mês, para trabalhar pra você. Ou seja, político que aparenta ter muito mais do que isso é ladrão, como dois mais dois dá quatro. Não vote nessas pessoas.
Continua...
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