domingo, agosto 06, 2006

Na mosca


"A Disneylândia do populismo", por Guilherme Fiuza.

A convocação de uma Constituinte restrita para fazer a reforma política é o mais novo coelho na cartola nacional. Lembra o casal entediado que tenta salvar o casamento levando o sexo para a cozinha.

Infelizmente, por mais geniais e acrobáticas que sejam as mudanças de regras, por mais criativa que seja a hipnose proposta, a tarefa de melhorar o Brasil vai cair sempre nas mesmas mãos: as dos brasileiros.

E os brasileiros são esses mesmos que estão aí – no Congresso, nos palácios, nas ruas. A não ser que alguém apareça com uma tecnologia eficiente de transfusão de povo.

Lula é a favor da Constituinte para a reforma política “se esse for o desejo da sociedade”. E como vai ser medido esse desejo? Com pesquisa de opinião? Por que não transferir logo, então, o governo para a sede do Ibope?

Ou será que as pesquisas vão ser só a preparação para um plebiscito, que vai determinar mandatos constitucionais extraordinários, que terão o condão de mexer na Carta Magna por um atalho de emergência…

Sinceramente, se as velhas regras do jogo não prestam, melhor resolver isso no par ou ímpar.