
A cidade Nova Orleans, uma espécie de Rio de Janeiro americana, com sua música, sua mistura de gente e seu carnaval, está praticamente morta. Corpos flutuam em frente às casas, milhares de pessoas passam fome e sede, as doenças estão se espalhando e o caos das gangues e dos saques é total. Policiais se trancaram nas delegacias, com medo dos saques, e a governadora do estado os autorizou a atirar pra matar, como forma de restabelecer a ordem. O prefeito da cidade desabafou a uma rádio, reclamando da rapidez com que o governo americano aprovou a liberação de dinheiro para a invasão do Iraque, enquanto as tropas federais não chegam a Nova Orleans para levar socorro às vítimas da burrice. Sim, burrice, porque não foi o Katrina o algoz da cidade, e sim a falta de manutenção dos diques de contenção, construídos para represar o lago que rodeia a cidade. O caos chegou a níveis africanos. A violência saiu do controle e uma explosão sacudiu a área industrial (foto da CNN - não confunda com Bagdá) da cidade agora de manhã. As pessoas estão se matando por comida e água.
As autoridades mostram completo despreparo para lidar com a situação, o povo, no desespero, apela para cenas selvagens, típicas de povos inferiores, e o presidente, bem, o presidente estava novamente de férias, e novamente demorou a fazer alguma coisa. Paciência, americanos. Agüentem, foram vocês que o escolheram. Duas vezes.