sábado, setembro 03, 2005

Meu momento Vida Bizarra


A semana que acabou, levando agosto consigo, foi surreal, pra amenizar bastante a parada. E uma semana dessas precisava terminar de maneira mais leve, até divertida. Mas o que aconteceu ontem não foi engraçado, e assim que eu lhe contar, por favor imagine-se no meu lugar. Bem, como todos os dias dessas férias não negociadas, eu caminhava com Fezes pelas ruas do bairro, à espera de que ela fizesse na rua o que tão bem faz em casa. Como todos os dias, Fezes se guardou e me fez andar muito, à toa. Então tudo aconteceu. Três garotas de uniforme escolar (sim, camaradas, garotas de uniforme), aparentando não ter mais de 13 anos, cada uma encorajada pela companhia das outras, começaram a dizer grosserias e a me cantar. No auge do mau gosto, uma delas chegou a dizer “Ei, olha pra cá, gatinho! Põe essa coleira em mim!”, enquanto as outras duas riam. Um horror. Propostas sobre a coleira, sobre a corrente, sobre minha bermuda e até sobre a beleza de Fezes me levaram ao fundo do poço dos humilhados. Como as pobres moças que passam em frente às construções. Foi assim que me senti. E Fezes, mais preocupada com todos os cheiros do chão, não fazia idéia do meu constrangimento.

Isso não vai ficar assim. Elas não sabiam que eu sou filho da diretora da escola, a escola na qual elas estudam. Já estou mexendo os pauzinhos para que a primeira medida da minha mãe, já na segunda-feira, seja a alteração de todas as notas das delinqüentes. Dois pontos a mais na média pra cada uma. Sem direito a recurso.