quarta-feira, outubro 26, 2005

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Referendo
'Não' fechou acordo com indústria de arma
26 de Outubro de 2005


A frente parlamentar que defendeu o "Não" no referendo sobre proibição da venda de armas e munição fechou um acordo com duas fábricas do setor para custear a campanha. Conforme reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, as indústrias Taurus e Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) concordaram em pagar dívidas deixadas pela campanha do "Não".

O acordo verbal firmado entre representantes da empresa e o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), presidente da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa, ocorreu antes do referendo. Ficou acertado que as empresas não pagariam nada nem divulgariam seu apoio à frente do "Não" até a consulta popular, ocorrida no doming. Depois, contudo, poderiam contribuir com essa frente.

A ajuda viria através da cobertura das dívidas surgidas caso as doações à frente não cobrissem as despesas da campanha. Fraga confirmou a realização do acordo ao Estado. O presidente da frente do "Não" havia repetido várias vezes que sua campanha não aceitaria dinheiro da indústria de armas porque tinha "atuação independente". O caso, porém, não muda o resultado do pleito.

Estelionato - Conforme um ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não quis ser identificado, o acordo não configura um crime eleitoral; portanto, a vitória do "Não" está assegurada. A prática representa, contudo, quebra de decoro parlamentar por parte de Fraga, algo que o deputado rejeita. "Não tem isso. Não estou nem aí. Minha honra todos conhecem na Casa", disse.

Na frente do "Sim", a informação provocou indignação. O vice-presidente da frente, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que Fraga cometeu "estelionato político" e perguntou: "Por que não se colocou isso de público antes? Esconderam a parceria para iludir o público." Ele pode levar o caso à Comissão de Ética da Câmara. As dívidas do "Não" chegariam a 1,1 milhão de reais.

Fonte: Quem diria, Veja on-line