quarta-feira, dezembro 14, 2005
Keep walking. And shitting, Johnny
Já faz algum tempo que tenho, digamos, distúrbios alimentares freqüentemente. Já falei com médicos, já fiz exames e já tomei remédios, mas nada adiantou. Já desconfiei do álcool, do tabaco e do alho e do azeite na comida. Já sonhei com câncer, nó nas tripas, com aquela ladainha de “intestino funcionando como um reloginho” do Lactopurga. Já cheguei a chorar, quietinho, de noite, em meio a cólicas absurdas e à impaciência da situação. Não consigo resolver. Então um dos médicos que me consultaram falou em Síndrome do Intestino Irritável, uma disfunção causada na maior parte das vezes por estresse, nervosismo e coisas similares. Pode não ser isso, mas fez algum sentido saber que essa tal síndrome progride à medida que o paciente tem cada vez menos paciência com o que o rodeia. Dissabores bobos como os do trânsito, medianos como as contas pra pagar e sérios como casos de saúde – ou a falta dela – na família podem trazer situações chatas, dores desesperadoras e até certo desânimo. Depressão ajuda. Não o paciente, a doença, claro. Raiva, rancor, ansiedade, tristeza, enfim, tudo o que é ruim. O médico examinou, examinou e examinou. Acha que é isso, mas pode ser outra coisa mais séria, o que pra mim, infelizmente não será novidade. Enfim, a situação é aquela, patética, em que fico cá, torcendo para que o meu problema seja apenas estresse, depressão, raiva, tristeza, nervosismo e umas fugas ao banheiro no meio da noite, quase sempre mal dormida. Tristes esses tempos modernos, em que insondáveis mistérios da alma e da mente fazem toda a diferença na porra do funcionar do seu reloginho...