sexta-feira, julho 23, 2004
O revestrés das Provocações
Ouvia, ontem, enquanto adaptava minha monografia de fim de curso ao último Decreto-Lei da ABNT (Número 45.342.8976/4, deste ano), Antônio Abujamra entrevistar Marcelo Tas no seu Provocações, na Cultura. Lá pelas tantas, o semideus pergunta ao careca o que ele pensava da Globo. Pergunta, aliás, de gente inteligente e culta. Marcelo disse que a Platinada faz coisas boas, seriados, especiais, enfim. Abujamra cita, em outra demonstração de tolice, o Big Brother, e pergunta como um programa desse poderia ser chamado de "bom". Marcelo responde que os intelectuais se ocupam demais com o que há de ruim na tevê. Diz que, enquanto Os Maias, O Auto da Compadecida e Os Normais são produzidos, a elite pensante do país está na USP, escrevendo doutorados sobre José Luiz Datena e Big Brother. Só consegui pensar "O Gargamel sifú!".
Depois soube que o velho entrevistara o cara pintada Eri Johnson - sim, há um James Lipton brasileiro! - e que, perguntado sobre quem era a melhor autora brasileira, o dublê de Romário e de ator respondera simplesmente Glória Perez. Assim, sem o menor sentimento de culpa, de vergonha. Mas piorou: Melhor do que Clarice Lispector? "Siiiim!" Melhor do que Janete Clair? "Siiiiim!".
Foi contratado pra "atuar" naquele cocô de Demônio da Tasmânia chamado O Clone.
Aliás, sobre O Clone e sua aclamada autora vou falar qualquer dia. Não sou elite cultural nem faço parte da burguesia, mas vou fazer o que eles mais fazem. Falar de cocô.