Dizer "eu te amo" não tem mais o mesmo efeito. A balada do fundo sumiu, a brisa não sopra mais nos cabelos, o olhar e o beijo que se seguem não ficam mais em câmera lenta. Amar é o primeiro estágio de qualquer relação, e odiar também. Beijo de língua virou cumprimento, e todo mundo se dóla se os primeiros dois dias de qualquer relação forem amistosos. Titubear nos julgamentos é não ter personalidade forte, o que todos, absolutamente todos têm hoje em dia. Sou aquele filho à moda antiga, ainda chamo de "senhora" a mãe. Odeio poucas coisas e pessoas. Sim, odeio, e isso é saudável, seguidores dos mantras paraguaios do Dalai Lama. Mas o meu ódio e o meu amor têm mais sustança. São da época em que um "Eu te odeio!" vinha depois de anos de uma relação difícil com o pai, com um irmão, com a mãe. Geralmente eram o clímax do folhetim da vida real, quando ainda havia "cenas do próximo capítulo".
Amar e odiar estão na moda. No sentido ruim, mesmo.