sábado, dezembro 18, 2004

O charme internacional da 'baianada'

Fernando Henrique, o príncipe, teria sido grampeado clandestinamente durante as negociações para a privatização da Telebrás. Àquela época surgiram nomes, rumores, boatos, intrigas e investigações. E muito se falou sobre ela, a tal Esquerda, que estaria por trás dessa violência absurda à madura e consolidada democracia de mentirinha nacional. O efelentífimo Lula, o pau-de-arara semi-analfabeto que teima em causar azias nas olavetes de plantão, parece ter sido grampeado, junto com Jaques Chirac, enquanto esteve na sede da ONU, em Nova Iorque. A sala supostamente grampeada foi também usada por Colin Powell e Kofi Anann durante as vésperas da invasão do Iraque. Deduzindo, brasileiro orgulhoso que sou, só posso dizer que foi atrás de Lula e de sua proposta de combate à fome mundial que os meliantes estavam. Quem são Chirac, Powell e Anann?!

Apesar de todas as petices de sua corte, Lula mantém as rédeas do governo, sabiamente tomando para si certas decisões que caberiam aos 'ches' do partidão, não aquele, o PT mesmo. Os indicadores são lindos: superávit lá em cima, artificialmente ou não, desemprego em queda, produção industrial e agrícola nas alturas, exportações deslanchando, etc.

FHC e suas tietes, contrariados, torcem o nariz. Chamam de incompetente o governo que segue sua cartilha e partem para as frases de efeito acadêmicas. Inveja maior deve sentir, ele, FHC, de mais esse sucesso do efelentífimo. Ele, FHC, foi grampeado aqui mesmo, no Bananão, sobre assuntos domésticos, sem charme, sem sotaque sorbonês. O torneiro não. Foi grampeado com um avançadíssimo sistema de escuta de fabricação européia (quem sabe russa) enquanto talvez dividisse garrafas de Romanés Contis com o Chirac, simpatizante do terrorismo islâmico, como se sabe. Isso tudo sem falar um 'ai' em americano. As olavetes se mordem nos dormitórios das universidades européias, decerto.

Mas Lula, provavelmente sem mesmo saber, segue a marcha triunfal da pobreza terceiro-mundista de sucesso. Meses atrás já havia lotado, monoglotamente, o auditório da London School of Economics. Provavelmente para desespero de Diogo Mainardi, que por lá esteve, se preparando para a nobre missão da elite intelectual brasileira (desculpe a expressão de baixo calão) de desconstruir - ui - os mitos da massa incauta brasileira, a saber: Lula e Gilberto Gil.

FHC disse certa vez que a Esquerda brasileira é burra. Concordo. A Esquerda brasileira é aquele chapéu com orelha de burro que se 'vestia', como castigo, nos alunos desordeiros de certas escolas. Não tem dono, o chapéu. O príncipe agora bate os pezinhos, esperneia e xinga, como todo malfazejo castigado pela professora. Ainda não percebeu o chapelão em sua cabeça.

Diriam as pretensamente mais virulentas e 'de-verdademente' inócuas línguas da yuppiezada brasileira: tenho vergonha dessa gente. A esquerda segue burra, mas agora fala inglês, my friend. Lula responderia, com seu americano more-or-less, e eu morreria de rir, com certeza: big shit, companheiro. A ONU tem fones de ouvido pra me traduzir, mané.