400 militantes do Movimento de Luta dos Sem Terra, uma dissidência (facção) do MST, invadiram o prédio da Câmara dos Deputados e depredaram tudo que encontraram pela frente - móveis, portas de vidro, equipamentos eletrônicos de controle de entrada. Viraram um Fiat Uno que estava estacionado na entrada do prédio. Usaram o carro para forçar a entrada no Salão Verde da Câmara.
Bruno Maranhão, líder do atentado e integrante da executiva nacional do PT, queria falar com Aldo Rebelo, presidente da casa. Ao recebê-lo, Rebelo anunciou: “Não o receberei. Vocês serão presos e autuados pelo que fizeram”. Não ficou um, meu irmão!
O saldo? Muita quebradeira, 15 seguranças feridos a pedradas (um em estado grave, atingido na cabeça e com parada cardíaca), vidraças estilhaçadas, carro tombado, pose pra fotografias de Sibá Machado (PT-AC), faixas contra o atraso na votação do orçamento (que já foi votado) e contra lei que obriga a vistoria de terras ocupadas.
O atentado estava agendado havia vários dias. O crime foi premeditado. “Aqui é a casa do povo. Se não entrar por bem, vamos entrar por mal”, bradava Marcos Prachedes, dirigente da quadrilha, que não é empresa, não tem identidade jurídica e não tem CNPJ – mas tem dirigentes.
Prachedes está certo, a casa é do povo – não do MST, do MLST ou de qualquer outra organização criminosa. Não é de Sibá, de Aldo nem de ACM. Não foi paga por Bornhausen nem por Calheiros. Foi paga pelo povo. As avarias serão pagas pelo povo, que ainda não cansou de ter seu nome usado em vão por todo tipo de bandido.
Os líderes foram presos, os outros 400 meliantes também serão. Vão passar algumas horas detidos. Maranhão, o líder da quadrilha, passou mal assim que foi detido, burguesamente acompanhado de advogado. Deve seguir a cartilha de seus financiadores: pedir hábeas-corpus preventivo, cumprir pena em liberdade. Ou aparecer de pantufas e agasalho cor-de-rosa, no Fantástico, debochando da cara de seus milhões de financiadores compulsórios: nós.
O Estado do Amazonas, 7 de junho de 2006