sexta-feira, outubro 29, 2004
Jornais e jornalecos
Fica fácil entender o que difere gente fina e ralé quando vemos o apoio declarado que os jornais americanos e europeus tradicionalmente dão a seus candidatos políticos. Muita gente no Brasil não entende essa prática pois já se acostumou com o fingimento e a dissimulação de sua mídia, e assim, finge também não perceber isso. Fingimento, aliás, devia estar escrito na bandeira nacional. Os jornais de lá confrontam suas idéias com a dos leitores, porque os leitores pensam, só e somente só. A The Economist, revista britânica conservadora no último, por exemplo, apoiou Bush antes da guerra do Iraque. Mudou o voto porque Bush mostrou-se incompetente, mentiroso e conivente com tortura e abusos similares. Tudo isso apesar de não confiar muito em Kerry. Seu editorial diz que se o jornal tivesse um voto, seria do democrata. Assim, na bucha, sem entrelinhas, sem fingimento, sem insinuações. Os jornais de gente grande apostam em idéias e resultados, e seu apoio não tem dono, pois têm mais credibilidade do que qualquer candidato, e credibilidade é 110% no jornalismo. Quanto aos jornais do Bananão? Give me a break... Diriam seus editores e chefões, numa improvável crise de transparência: Pra que desperdiçar pérolas com porcos?