Pesquisadores da Universidade da Califórnia acreditam ter descoberto uma droga eficaz contra o alcoolismo. O problema é que é droga mesmo, muito popular na América dos anos 60. A ibogaína, cujo princípio ativo é o alcalóide iboga, é encontrada nas folhas, caules e raízes de um arbusto africano chamado de Tabernanthe iboga. Para chegar às aterradoras conclusões, os cientistas contaram ao prestigiado Journal of Neuroscience que literalmente encheram o boga de alguns ratinhos de cachaça, pra amaciá-los. A seguir, eles aplicaram iboga nos Mickeyzinhos ao som de Dick Dale e Rick Wakeman. Por fim, os privaram do mé durante duas intermináveis, infernais e dolorosas semanas. A conclusão foi a de que, drogados, os lombradinhos tinham horror a álcool, não bebiam.
Os malfazejos cientistas ainda procuram um tratamento que traga os mesmos benefícios da ibogaína, mas sem seus efeitos colaterais, alucinógenos e estimulantes (nham, nham), proibidos no mundo inteiro, exceto no Caribe (ah!) e no México (uh!), onde o uso do iboga ainda é liberado em algumas seletíssimas clínicas de desintoxicação.
A insignificante comunidade alcoólica americana lotou as ruas, em protesto contra o uso dos indefesos ratos nos testes; já não tolerava mais imaginar aquelas criaturinhas, frágeis e sortudas, sendo levadas aos limites da percepção - e às vezes até à morte -, num turbilhão de luzes, magia, prazer e delícias sensoriais jamais provadas por um humano com mais de 60. Pura inveja humana. Nos protestos em frente à Universidade, o cartaz mais reluzente vinha em inglês mal redigido (aqui traduzido para que nossos diplomatas entendam): "Eu não quero saber quem morreu, eu quero é chorar!"