segunda-feira, janeiro 31, 2005

Notas de segunda-feira, 2

Hugo Chávez falou por 90 minutos contra a globalização, os EUA e o neoliberalismo. Foi ovacionado pela maioria das 12 mil pessoas que lotavam o ginásio Gigantinho, em Porto Alegre.

Sinceramente, você leva a sério um país que ovaciona Hugo Chávez e batiza um ginásio (aliás, qualquer coisa) de Gigantinho?

Mais de 60% dos iraquianos, que odeiam a democracia, foram às urnas, entre morteiros, homens-bomba e caminhões-bomba. O índice é superior à média histórica de comparecimento dos americanos, que amam a democracia, às suas próprias eleições. Interessante.

Aquela moça, daquela dupla jovem de irmãos-cantores, não pode ficar a sós com o namorado. Não se beijam, nem de selinho, na presença dos pais dela, por respeito. Quer saber? Eu defendo a idéia de transmitir em cadeia nacional – igual ao nascimento daquela outra – o abate e a morte de tão comentado, cobiçado e protegido hímen. Quem sabe um reality show, mostrando as últimas horas de vida da membrana mais badalada do país. Seus temores, seus medos, suas angústias e suas alegrias. A tela dividida; de um lado o casal protagonista; do outro, os pais da moça, aflitos, o pai apoiando a cabeça da mãe, aos prantos, no peito, todo protetor. Aquele piano triste ao fundo, dando o clima, causando suspiros na audiência. Quem viu O Show de Truman consegue imaginar. A imagem corta para os pais dele, torcendo, fazendo figa... O Brasil merece.

Michael Jackson morreu. Quem está sendo julgado nesse exato momento em Santa Bárbara é aquela menininha insuportável do seriado Taken, abduzida e encarnada no corpo de um alienígena humanóide que não engana mais ninguém com aqueles olhos, aquele queixo e aquele nariz postiço.

Eu não entendo essas discussões blogueiras sobre o que é esquerda e direita. O poder não tem esquerda ou direita, minha gente. Tem ‘dentro’ e ‘fora’. Olhe pra eles: quem estiver em silêncio está dentro. Quem estiver esperneando está fora. Ponto.

João Coutinho quer ter filhos aos 80. Leia o porquê, divirta-se e – quem sabe – programe-se.

Os americanos produziram O Filho de Chucky. O filme dispensa comentários (e olha que eu nem assisti), mas pelo menos foi feito com dinheiro privado.

Os ingressos para os desfiles em São Paulo estão quase esgotados. É, o samba era figura querida por lá. O velório está mais disputado a cada ano.

E eu soube que tem samba-enredo em Manaus cujo tema é o Amazonas Shopping. Eu paro por aqui, me tira o tubo.