terça-feira, junho 14, 2005

Abalando no Congresso, u-hú!


Malas de dinheiro. Notas com etiquetas de bancos

Jefferson contou com mais detalhes como recebeu - ou diz que recebeu - ajuda financeira do PT para anabolizar as campanhas de candidatos do PTB nas eleições municipais do ano passado.
Em julho de 2004, segundo ele, o publicitário mineiro Marcos Valério, que trabalhava com Delúbio Soares, tesoureiro do PT, desembarcou com uma mala de dinheiro na sede do PTB em Brasília.
Havia dentro da mala, contou Jefferson, R$ 2.200 mil em notas de cinquenta e de cem reais - todas com etiquetas dos bancos Rural e do Brasil.
Dali a alguns dias, Valério voltou à sede do partido com outra mala de dinheiro - mais R$ 1.800 mil. Novamente em notas de cinquenta e de cem reais. Com etiquetas dos mesmos bancos.
Jefferson disse que Genoino, presidente do PT, prometeu que o dinheiro seria, digamos, legalizado mais tarde. Não foi.
Disse também que o ministro José Dirceu avalizou a operação de ajuda ao PTB. E que ouviu dele que o resto do dinheiro prometido pelo PT (no total, R$ 20 milhões) estava difícil de ser obtido porque a "Polícia Federal é meio tucana e prendeu 60 doleiros.
Não está dando para internar dinheiro" (no país).
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O que ele disse

Alguns pontos do depoimento de Jefferson no Conselho de Ética que merecem destaque:
* Ele acusou a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) de ter montado o flagrante de suborno do ex-diretor dos Correios, Maurício Marinho. "Foram arapongas que fizeram aquilo", disse.
* Disse que nem a Polícia Federal nem o Ministério Público se interessaram até agora em investigar os negócios feitos pela Diretoria de Informática dos Correios. "Ali, sim, eram feitos os negócios milionários da empresa", observou. Acrescentou que o diretor de Informática dos Correios foi indicado por Sílvio Pereira, secretário-geral do PT.
* "Silvinho, José Dirceu: O PTB não é responsável pela corrupção nos Correios. Vocês sabem disso".
* "Gente boa dos Correios começa a me dar informações". (Jefferson repetiu a mesma frase três vezes.
* "Não arredo pé em nada do que disse à Folha de S. Paulo nas duas entrevistas que dei".
* "Tenho 23 anos como deputado. Jamais vi um partido do governo pagar mesada a deputados para que apóiem o governo. Nem mesmo no governo do presidente escorraçado. Mas desde agosto de 2003 é voz corrente até nos banheiros da Câmara que o Dr. Delúbio, com o conhecimento do Sr. Genoino, repassava dinheiro para deputados, sim".
* "Recebi o Dr. Delúbio em minha casa. É um homem simples, do interior. Ele fumou um charuto. E se ofereceu para "desencravar" alguma unha que incomodasse algum deputado do PTB. Disse que o PP e o PL recebiam o mensalão. Eu disse a ele: Delúbio, o PTB não quer mensalão".
* "Palocci, com todo o respeito, eu lhe falei a respeito do mensalão, sim. Você nega, mas eu falei."
* "O deputado Pedro Henry (líder do PL na Câmara) tentou tirar dois deputados do PTB. Eu mandei avisar a ele: Se continuar tentando, eu vou à tribuna denunciar".
* "Não sou melhor do que ninguém. Mas também não sou pior. Sou igual a qualquer um de vocês. Faço tudo isso para lavar minha honra e a honra do PTB. Estou tentando reconstruir minha imagem".
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Baixou o nível

"Eu prefiro gostar de mulher do que de um cidadão de Cabo Frio" - acaba de dizer o deputado Waldemar Costa Neto, presidente do PL, desacatando o deputado Roberto Jefferson.
"Eu direi os nomes dos deputados do seu partido que recebiam o mensalão. O senhor recebia, sim", respondeu Jefferson.


Do Blig do Noblat.