sábado, maio 27, 2006
O caráter mora nos detalhes
Quinta-feira, o último dia 25 de maio, teve inauguração em Manaus. Êêê! A Siemens, multinacional alemã do ramo eletroeletrônico, abriu nova fábrica. Tava todo mundo lá. O presidente da empresa, vindo da Alemanha, o presidente nacional, vindo de São Paulo, a diretoria alemã, a diretoria brasileira, fornecedores, a presidente da Suframa, o Prefeito, secretários estaduais e municipais. Marcada para as 15:00h, a cerimônia precisou começar apenas às 18:30h. É que Eduardo Braga, que “já estava a caminho há 20 minutos” desde as 14:50h, só chegou àquela hora. Muita gente reclamou, inclusive os executivos estrangeiros. Jornalistas foram embora, o mau-estar foi geral. Eduardo, conhecido pela arrogância e pela falta de educação e respeito a compromissos e horários, aquele mesmo que arvora pra si a prorrogação da Zona Franca, nos fez vergonha mais uma vez. Daqui a pouco, na tevê, vai começar a contar lorota de novo.
Certa vez tentei aprender alemão, numa escolinha do centro, com um senhor alemão legítimo. Era tão legítimo, aliás, que tínhamos primeiro que lhe ensinar português, para que ele pudesse nos ensinar, depois, sua língua. Certa vez ele falou da pontualidade alemã, dos trens que saem diariamente no mesmo horário. Dos ônibus que passam nos pontos religiosamente às 7:34h, toda manhã. Certa vez Seu Ditter, nosso professor, sumiu. Fomos informados que voltara para a Alemanha. Ficamos sem o alemão e sem Seu Ditter. Acho que ele estava certo. Padecer da falta de respeito alheia, quando é opcional, é burrice. É isso o que a Siemens deveria fazer.
Mas devo estar sendo elitista, falando mal da gente e elogiando os estrangeiros...
sexta-feira, maio 26, 2006
Se fosse num goró com o presidente...
Sou um fã confesso de Ricardo Noblat e Veja, disso todo mundo (o meu mundo) sabe.
A revista deixo pra depois, não precisa de fãs - nem de detratores, é auto-suficiente, rárá. Mas Ricardo Noblat, jornalista bom que é, evita opinar, na medida possível da condição humana - sobre as notícias que publica. Essa noite, em que a elite (falo de mim) amarga o gosto de não poder beber tanto quanto a plebe (Ele), às 21:03h, Noblat deu uma daquelas em que o título é mais valioso que o texto. A nota se chama "Que povo bonzinho...", e diz tudo. Uma pesquisa, recebida pelo governo, diz que a maioria dos brasileiros acha que Lula foi traído pelos que bolaram o mensalão e outras cositas mais, acha também que ele foi gente boa ao se negar a revelar publicamente o nome dos traidores e acha, ainda, que ele agiu com firmeza ao livrar a cara dos que o traíram.
É isso mesmo.
Algumas pessoas me dizem que sou amargo.
Não, não sou. E me nego, também, a ser satírico. Não me apraz, não me regozija saber que faço parte de um povo desses. Há tempos digo, pra quem quer ouvir (eu), que esse povo não serve, já está contaminado pela bagunça. Sei que brasileiro não gosta de pesquisa, de estatística, de números (75% roubaria, igual eles, se pudesse). Mas não importa.
Me disseram uma vez, e eu acreditei, que essa experiência podia ser válida. A diferença entre mim e os fãs é que eu, apesar de constrangidamente decepcionado, não defendi o sujeito que me decepcionou. Ao contrário da maioria desse povo, eu sei errar. Ao contrário desse povo, eu assumo as besteiras que faço - e olhe que nunca fiz essa. Ao contrário dessa gente uniformizada, eu aceito a penitência. Eu pago o preço, pode mandar a conta.
O povo brasileiro, medianamente, é torpe, mau caráter, pobre por justiça divina. E quando falo "divina", não falo da fé dessa gente, não só brasileira, que acredita em justiça. Não. Justiça divina - chamem como queiram - é a recompensa pela civilidade, pelo respeito aos outros. Independente do nome do santo, do deus, gente que se respeita e cumpre as leis é desenvolvida. Claro, há motivos mais fotogênicos pra ser-se bem-sucedido, mas, por favor, não me ofereça. O povos mais ricos não são os mais religiosos, são os mais sérios, os mais pontuais, mais honestos. Sim, a honestidade faz bem em outras terras!
Andei pensando nos motivos do total desprezo do povo pelos fatos que vêm se repetindo há um ano. É uma questão sociológica, pra ser estudada por sociólogos americanos - os brasileiros, inclusive os tucanos, são charmosamente inertes, condescendentes com esse fenômeno.
Lula é a nossa cara. Não importa quanto fujamos dele, não importa quanto sigamos a musiquinha de seus programas assistenciais. Ele sempre estará lá, falando errado pra gente, dizendo que "quanto mais escola a gente abrir, menas cadeia a gente vai precisar fazer". Ou seja, não importa quão analfabetos sejamos, haverá, sempre, alguém lá em cima nos provando que esse é o caminho. E isso é lindo porque é inédito!
A pesquisa que Noblat divulgou é a foto polaroid desse país, em que gente que usa cinto de segurança vira notícia, dá entrevista pro Jornal Hoje, causa aquele sorrisinho simpático e quase emocionado da Sandra Anenberg.
Pobreza não é bom, não é bonito! Chega dessa conversa de "um trabalhador como nós chegou lá", chega de bobagem sul-americana, chega de conversa de incompetente!
País sério elege trabalhadores, sempre, sejam eles ricos ou pobres. Chega de "elites", chega de "brancos", chega de "neoliberais"! O mundo inteiro já está a duas voltas da gente, falando de proteção ao meio ambiente, falando de Darwin nas escolas, falando de meios pra se poupar, enquanto a gente ainda aprende a odiar o dinheiro, o rico, o bem-sucedido, vergonhosamente se deixando colonizar não por idéias imperialistas americanas, mas por idéias socialistas, mortas há duas décadas e ainda defendidas por gente tosca, que nada dá de resultados bons a seus povos, como retardatários posando de revolucionários!
Chega de conversa. Chega de Bem e Mal! A gente não presta. Ponto!
Odeio, principalmente nesta noite em que não tenho dinheiro pra comprar cerveja e me entorpeci com rum barato, esse sentimento de injustiça. Odeio essa conversinha de "culpa dos outros". Odeio essa gente, que se diz envergonhada e que rouba do mesmo jeito. Isso mesmo, porque quem rouba o troco errado do restaurante é quem rouba a verba do gabinete. Simples assim.
Estou bêbado, claro, com bebida ruim, barata. Sou da elite, faço happy-hour às 19:00, sexta-feira, em vez de tomar um goró às 13:00, terça-feira. Aceito isso, não me ofendo com quem bebe Romanés-Conti às segundas, seja quem for.
É o que gosto em mim. Não dependo de ninguém. Nada me impede de elogiar ou xingar alguém. Àquela época diziam que o fato desse senhor beber vinho caro era notícia. Mentira! Nada! Imaginavam que todo mundo teria, com essa gente, acesso aos vinhos Bordeaux, aos vinhos mais caros. Uma vez elogiei a vitória desse homem, pelo que representava, pela beleza da mudança, da alternância, da chance que se dava ao diferente. Pois bem, já deu. Já chega de Duda, dono de contas e mais contas no exterior, presentear o presidente com uma garrafa de vinho que eu, "elite", nuca beberei. Chega de putaria.
Muita gente foi enganada, inclusive eu. Não porque acreditei nessa gente, mas porque gosto de mudar de cabelo, de cor de roupa, de tipo de música de vez em quando. Mas ele acabou com tudo. Ele repicou meu cabelo, fez um pilling de sobrancelha sem que eu pedisse.
O Brasil aprova qualquer coisa que esse homem fale. Sabe por quê? Porque ele fala que nem nós, simpres, direto, sem o conversê das elites, dos ricos, que falam certo porque roubaram o país, porque roubaram outros países, como a Bolívia.
Lula não é um caso, é um tratado de sociologia. É o dado estatístico, a prova cabal de que ruímos. Não por ele, coitado, que deve ser um ótimo parceiro de birita, mas por nós. É material pra estudos e mais estudos, que um dia franceses, alemães e americanos vão estudar, entediados, em sala de aula, sobre aquele continente pobre e corrupto, uma pré-África, uma volta às origens da Humanidade. Lula é um fenômeno, como são todos os latinos, os brasileiros, "se achando" por causa disso, como se isso fosse bom.
A pesquisa está aí. É claro, os esquerdistas de sempre esquecerão as medianas, as médias ponderadas, as amostras e as margens de erro, que não estudaram porque bebiam no bar da esquina da faculdade enquanto os capitalistas estudavam. É claro, me acusariam, caso lessem esse desabafo de um bêbado barato, de ser da "elite". Sei ver quando um povo essencialmente analfabeto faz merda e não assume. Sei, é a sensação de ter cagado a coisa na primeira oportunidade. A dor de ter feito merda é grande. Mas é mais saudável assumir, garanto. Não afeta a nossa masculinidade, a nossa latinidade.
Pois bem, sou da "elite". Estou em casa, digitando de uma linha discada gratuita, num computador que já devia ter travado a essa hora, num teclado que não pode ser mexido pra não dar mau contato e com um copo de rum e coca do meu lado - tive que escolher entre o cigarro ou o gelo hoje, e escolhi o cigarro. Escolhi o cigarro, escolhi beber um rum cáubói. O professor Luizinho não aceitaria beber comigo. O Delúbio também não. Lula perguntaria a safra do meu rum de R$ 18,90. Eu não saberia conversar com um expert desses...
Detesto muito tudo isso, pra lembrar uma propaganda contrária de não sei que empresa. Detesto dormir desse jeito, derrotado, humilhado e ridicularizado, não por um presidente, mas pelo povo em que eu, à minha revelia, estou incluído.
Eis a pesquisa. O Brasil é Lula.
Eis o porquê sociológico dessa aberração. São todos ladrões, e vão continuar aí, por mais quatro anos. São todos ladrões, desde o militante até o presidente. O militante porque finge ainda acreditar - simplesmente porque não quer voltar pra casa e repetir de ano -, o presidente porque, porque, porque...
Porque a maioria está do lado dele.
Sou um derrotado. Sim, sou. Sou um enganado. Sim, sou. E é isso o que me diferencia dessa gente. Não tenho vergonha de pedir desculpas quando trombo com alguém na rua, quando fecho alguém no trânsito. Sou um derrotado porque sei ser pobre, sei ficar sem dinheiro, sei tomar rum barato, porque não roubo ninguém.
Cansei de esperar que essa gente pedisse desculpas. Estou até agora no meio-fio, parado, esperando que o cara que me fechou me pedisse desculpas.
Isso não me incomoda.
O que incomoda é, além de não ouvir o pedido de desculpas, ouvir todo mundo dizer:
"Vale tudo, mermão! Quem te fechou foi um cego! Que beleza! Ele dirige, ele não tem carteira, ele nunca dirigiu!"
Não sei vocês.
Mas eu, eu não mereço.
quinta-feira, maio 25, 2006
Passarinho que come pedra sabe o cu que tem
Diálogo levado ao ar na manhã desta quinta-feira, durante a acareação entre os advogados Maria Cristina Rachado e Sérgio Weslei da Cunha, defensores de Marcos William Camacho, o Marcola, chefe do PCC. Em certo momento, o deputado Arnaldo Faria de Sá, conhecido pela doçura das palavras, faz uma pergunta embaraçosa ao advogado Sérgio Wesley.
Advogado Sérgio Weslei: - Vou me reservar ao direito de não responder essa pergunta.
(pausa)
Deputado Arnaldo Faria de Sá: - Cê aprendeu direitinho com a malandragem, né?
(risos dos deputados e senadores)
Advogado Sérgio Weslei: - É, a gente aprende rapidinho aqui.
(silêncio)
... Sérgio Weslei foi preso em flagrante por desacato a autoridade.
...E entrou para os anais do Congresso como autor de uma das frases mais belas já proferidas nas CPIs de Brasília.
quarta-feira, maio 24, 2006
Uma regressão via Rádio
Dona Janete, a diarista que nos visita duas vezes por semana, não me entende. Na verdade Dona Janete não entende muita coisa – até hoje me chama de Seu Isaque, mesmo que eu já tenha explicado, quase de bíblia na mão, a diferença entre os dois. Mas o que Dona Janete menos entende é minha fixação por CPIs, por depoimentos em CPIs.
Ontem Nosso Delúbio voltou à CPI dos Bingos, e até falou menos fofo, estava mais desenvolto, mais à vontade diante dos deputados e senadores.
Eu já disse aqui, gosto das CPIs. Só nelas a gente pode brincar de país, de quem pisca primeiro, lembrar da infância, quando a gente brigava na escola. É só prestar atenção. Qual a diferença entre frases como “Olha o Tiago aqui, tiiiiaaa!” e “Foi o Silvinho quem disse isso, não eu!”? Qual a diferença entre perguntas como “Onde tá o lápis que eu deixei aqui, Carlinha?!” e “O senhor era amigo do Marcos Valério?”? Me diga, leitor, qual a diferença entre a “repreensão pública” que Ângela Guadagnin recebeu de Aldo Rebelo e ter que escrever 50 vezes na lousa “Nunca mais vou chamar o Marquinho de mariquinha”? Me diga a diferença entre a carranca da Zulaiê Cobra e a pior fessôra que você já teve!
Dona Ângela foi condenada a devolver R$ 10 milhões à cidade de São José dos Campos, da qual foi prefeita. Dona Ângela é Flórida, igualzinha à Paulinha da minha infância, a 1ª “B”. Paulinha era criança, mas já era mau caráter. Adorava o Tiaguinho, malandrinha que era, porque Tiaguinho vivia roubando a borracha dos colegas e nunca era castigado, Quem levava a culpa, quase sempre, era o Marquinho, coitado.
Êta gostinho saudoso da infância, quando a gente não tinha nenhuma preocupação, afinal, a gente não precisava pagar por nada daquilo. É isso que estou vendo agora: Delubinho acusando Silvinho, protegendo Luisinho. A Tia Zulaiê tenta pôr medo, mas não adianta. Delubinho tá quase rindo, sabe que vai escapar e, ainda por cima, vai ganhar uma dancinha da impunidade da Paulinha.
E é sempre essa turma que se dá bem quando cresce.
O Estado do Amazonas, 24 de maio de 2006
terça-feira, maio 23, 2006
"Essa elite branca má e egoísta"
O Amarar, de quem já falei antes, é de uma elegância atroz, mesmo quando força a barra e tenta partir pro escracho pedante dos Wunderblogs. Dia desses, meses depois de postar pela última vez (tietando o São Paulo em Tóquio), escreveu esse primor de bom gosto na forma e de gosto duvidoso na essência:
"O PCC ataca lá fora. Aqui dentro, aquecido, me regozijo com um banho quente. Ouço alto Deep Forest tocando Sweet Lullaby. Também ouço, mais baixo, um estalo reprimido do gelo no meu copo de uísque. Resolvo acender um charuto. Já faz tempo que não fazia isso, fumar essa dádiva socialista. Da janela do meu escritório a luz amarelada de um abat-jour art déco, cuidadosamente escolhido e disposto, ilumina charmosamente minha pequena biblioteca. Agora a algazarra da tarde já acabou. Faz silêncio lá fora. Todos os habitantes de Higienópolis já se recolheram e trancaram-se em seus prédios de pé-direito alto e janela escancarada, como se a Gestapo estivesse dando batidas lá embaixo. Da minha janela do escritório, sozinho e cercado de todos os mimos, comporto-me tipicamente como aquilo que se convencionou chamar pejorativamente de 'elite'. Não sinto qualquer remorso. A não ser não ter provisionado mais gelo."
O blog do Amarar, um dos meus preferidos (pena que ele não tenha mais tempo pra escrever) tem uma montagem, deixa eu soar paulistano, "super-bacana" de fotos, com o autor sentado, claro, elegantemente, sobre o MASP, o Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista.
Hoje, por falar nisso, o MASP ficou às escuras. Sim, o MASP, museu símbolo do apego paulistano à cultura, estava há só 7 anos sem pagar a conta de luz. A dívida? Algo em torno de R$ 3 milhões. Sugiro uma exposição de Rembrandt ou Caravaggio, um algum outro pintor de gostos e tons mais sombrios. Vai dar um toque a mais no ambiente.
E dia desses houve uma Virada Cultural paulistana, uma iniciativa do povo contra a violência dos últimos dias. Os museus do estado, salientam os organizadores, tiveram o dobro de sua lotação habitual. É uma pena que ninguém, nenhum Amarar dê, há anos, sequer um centavo pra manter o museu.
Quem diria, Cláudio Lembo, o 'trotskista de direita', cutucou o formigueiro. E pena, nenhuma formiguinha se insurgiu contra o ataque. Por que, nunca saberemos...
Quer saber, sou mais o viradinho à paulisssta - ou como maliciosamente me sugeriu o Google, "você quis dizer: 'viadinho paulista'".
segunda-feira, maio 22, 2006
Notas de segunda-feira
Eduardo Braga, José Melo, Ari Moutinho e companhia limitada estavam ontem (domingo), na rádio A Crítica FM, dando risadas e aplaudindo (é, aplaudindo!) Mônica Melo, que, no estúdio, dizia "Pois é, Governador, o Amazonas é o ú-ni-co estado brasileiro que oferece o curso de legislação gratuíto". Tudo bem humorado, bem bagunçado e bem sem-vergonha. Tudo bem à moda amazonense, enfim. Duro foi comer minha tapioquinha ao som disso, numa manhã de domingo.
A Prodente, empresa de Nelson Azedo que atua no ramo de extração de dentes e implante de votos, divulgou nota nos jornais, repudiando as acusações que uma dentista fez durante a semana. Só faltou o tal "repelimos" e o "negamos veementemente". A nota é como todas: mal escrita, vazia e nula. Sabe onde vai dar isso? Em nada.
Ainda no ramo dos alferes - Um dentista, muito irritado, quebrou a golpes de martelo os dentes de um paciente com quem discutiu em seu consultório, na semana passada. Não, não foi Nelson Azedo castigando algum crente mentiroso em sua cadeira de dentista. Foi em Israel.
No país da Copa, a Alemanha, as prostitutas de mais de 30 anos de idade estão apostando em novas opções profissionais. Muitas entraram para a enfermagem e outras vão estar entrando para o telemarketing. Definitivamente essa é a Copa a que eu mais quis ir.
Um paraense ganhou sozinho o prêmio de R$ 40,5 milhões da Megasena. Ayr José, vereador mineiro eleito em Manaus e ferrenho opositor de migrantes no Amazonas, anda dizendo que sempre desconfiou da transparência desses sorteios.
Piada pronta, e não é do Brasil: Duas mulheres foram demitidas de uma fábrica de salsichas na Inglaterra por assistir filmes pornô nos computadores da empresa. As duas mulheres demitidas, que trabalhavam na área administrativa, foram pegas assistindo a um filme pornô durante o horário de almoço, na fábrica de 900 trabalhadores na cidade de Market Drayton.
Mais piada pronta: Camila Parker-Bowles, mais conhecida como a Duquesa de Cornualha, levou uma chifrada de uma cabra numa granja da Irlanda.
Marginal Pinheiros e Marginal Tietê. É claro que ficam em São Paulo.
Isso aqui ô-ô... No fim do mês tem sorteio. O prêmio dos apostadores será um Gol branco (1º lugar), uma motocicleta (2º lugar) e uma TV de 29 polegadas (3º lugar). Para garantir a honestidade e transparência do concurso, os resultados serão os mesmos da Loteria Federal. Os organizadores do sorteio? os chefes do Primeiro Comando da Capital. Fonte: O Estado de S. Paulo.
Marcola, o chefe do PCC que já tem até perfil traçado pelos jornais paulistas (morra de inveja, Adriane Galisteu!), é o homem do momento. Certamente Hugo Chávez já tem planos para sacanear o prestígio do brasileiro. Nunca se passou tanto tempo no Brasil sem falar do venezuelano.
Duas notas no Noblat: "ONG petista atuou em prefeitura do PT" e "Editora de tucano recebe de governo tucano". Ah, essa copa que não começa...
Brainstorming Drops: "Em terra de índio quem tem Hilux é ladrão".
No UOL: "Bate-papo UOL: Nando Reis e Oscar Schmidt vão falar com você". Não, obrigado.
Charufe Nasser, falando da boceta das botas e do pau dos peixes-boi, no Jô. E depois ainda tem gente reclamando que somos mal representados lá no Brasil...
Da minha frasista predileta: "Ismael, nosso filho tem só 9mm e já ouvi a batidinha do coração dele. Então esse menino é só coração". Lindo.
domingo, maio 21, 2006
As crônicas de Malfa: o fã, o alpinista e o torcedor
Desde que eu via aqueles vídeos antigos dos Beatles nos estádios americanos, tocando à toa, para uma multidão que gritava tanto que a música ficava inaudível, tenho profundo preconceito contra fãs. O fã, ao lado do alpinista e do torcedor, é o perfeito idiota. O pior é que o fã nunca se recolhe à sua idiotice, ele precisa, com ela, atrapalhar a vida alheia. Aliás, é por isso que o fã se equipara, pra mim, ao alpinista, a categoria humana que está no topo (com trocadilho mesmo), da pirâmide social da idiotia. Assim como o alpinista, o fã me atrapalha. Se quero ouvir a música, assistir o filme, entender o jogo, lá está ele, enfeitado com boné de idiota, camiseta de idiota e voz de idiota, gritando pela Sandy, pelo Lula, pelo Popó.
As fãs da Sandy estão até perdoadas, pois sempre somos idiotas lá pelos 13, 14 anos de idade. Os fãs de Lula, aqueles que puxam a gritaria dos comícios do presidente durante as inaugurações (preste atenção, sempre há uma voz de mulher, invisível, que puxa o "êêêê..!!!" quando o presidente diz que ‘nunca na história desse país Sobral teve um posto de gasolina tão moderno!!’), e os de Popó, dando socos no ar em frente à tevê, não têm perdão.
O alpinista também me atrapalha muito, pois toda vez que um desses idiotas morre, a televisão brasileira interrompe sua programação pra dar a notícia. Hoje foi Vitor Negrete, que já tinha chegado ao topo do Everest no ano passado e que tinha filhos (um de sete meses). Vitor precisava ir de novo, dessa vez sem oxigênio. Morreu na volta. Idiota. Como é idiota o torcedor, que num minuto grita "olé" pro seu timão, pro seu mengão, pro seu fogão, e noutro é humilhado pelo "olé" adversário, que no minuto anterior era a imagem da humilhação. Ser torcedor também é um exercício de idiotice sem muitos concorrentes.
As fãs da Sandy são idiotas, como são idiotas – e idiotas chatos – os fãs de Raul Seixas e do Pink Floyd. Pois é. E nesse exercício de idiotice as fãs de Sandy, aos berros e no afã de tirar fotos, perdem o principal: a música da Sandy. Por causa da gritaria, aquelas adolescentes, tanto as de onze quanto as de 35 anos, não escutam letras como a de Nas Mãos da Sorte: "O político ladrão é o pior dos bandidos/ Mata o povo de fome com um sorriso fingido/ (...) De manhã pode ir preso, mas é solto de tarde."
É por isso que não gosto de fãs, fico no fundão, tentando prestar atenção apenas ao conteúdo do espetáculo. Apreciadores de times de futebol, de música e de esportes radicais como eu têm essa vantagem: aproveitam melhor a coisa. Eu, por exemplo, tenho mais liberdade do que uma fã, pra refletir sobre o que Sandy quis dizer com "É melhor você ter certeza/ Estou longe de ser a Madre Tereza", na sua composição "mais autoral", chamada Discutível Perfeição.
Preconceituoso, graças a Deus!
Nova pesquisa da revista "Carícias e Bolinações"
Você está cansada de ser discriminada por essa Sociedade Machista???? Ouvir que FUTEBOL é coisa de Macho??!!!! Seus problemas acabaram!!!! Resolva as questões abaixo e mostre que você é muito informada sobre FUTEBOL!!!!
1. Lateral esquerdo da Seleção Brasileira:
( ) Roberto Carlos ( ) Erasmo Carlos ( ) Ney Matogrosso
2. Ex-capitão da seleção brasileira:
( ) Dunga ( ) Soneca ( ) Feliz
3. Centroavante da Argentina:
( ) Batistuta ( ) Prostituta ( ) Filho da P...
4. Atacante do Chile:
( ) Salas ( ) Cozinhas ( ) Banheiros
5. Meia da Colômbia:
( ) Valderrama ( ) Valderruba ( ) Valdestrói
6. Meia da França:
( ) Zidane ( ) Ziferre ( ) Zifoda
7. Atacante da Croácia:
( ) Boban ( ) Tontan ( ) Idiotan
8. Jogador da Espanha:
( ) Amor ( ) Paixão ( ) Tesão
9. Atacante da Argentina:
( ) Crespo ( ) Liso ( ) Pichaim
10. Jogador do Paraguai:
( ) Enciso ( ) Preciso ( ) Indeciso
11. Lateral direito da Seleção Brasileira:
( ) Cafú ( ) Tofú ( ) Sifú
12. Meia da Itália:
( ) Del Piero ( ) Del Maciero ( ) Del Limoero
13. Meio campo da Holanda:
( ) Winter ( ) Summer ( ) Spring
14. Jogador da Áustria:
( ) Schopp ( ) Scerveja ( ) Stequila
15. Goleiro do Chile:
( ) Tápia ( ) Sóquio ( ) Múrrio
16. Capitão da Espanha:
( ) Hierro ( ) Hiengano ( ) Hiequívoco
17. Jogador da Nigéria:
( ) Okocha ( ) Operna ( ) Ojoelho
18. Goleiro dos Camarões:
( ) Songo ( ) Mongo ( ) Gongo
19. Zagueiro da África do Sul:
( ) Mark Fish ( ) Mark Bacon ( ) Mark Lanche Feliz
20. Zagueiro da África do Sul:
( ) Issa ( ) Iiiiissa!!! ( ) Woooo Hoooo!!
21. Jogador do Paraguai:
( ) Caniza ( ) Canizeta ( ) Canizola
22. Goleiro do Paraguai:
( ) Chilavert ( ) Chilamusk ( ) Chilavanda
23. Jogador do Paraguai:
( ) Sarabia ( ) Siraque ( ) Semirados Sarabes Sunidos
24. Goleiro da Itália:
( ) Pagliuca ( ) Barruca ( ) Madeiruca
25. Atacante da Noruega:
( ) TA Flo ( ) TA Fluta ( ) TA Veldula
26. Atacante da Iugoslávia:
( ) Mijatovic ( ) Peidatovic ( ) Cagatovic
27. Goleiro da Nigéria:
( ) Rufai ( ) Tocai ( ) Batucai
28. Atacante da Holanda:
( ) Cocu ( ) Cabunda ( ) Casnádegas
29. Goleiro reserva da França:
( ) Lamas ( ) Barros ( ) Argilas
30. Jogador da Colômbia:
( ) Santa ( ) Poderosa ( ) Vitaminada
31. Atacante da Espanha:
( ) Kiko ( ) Chaves ( ) Sr Madruga
32. Lateral do Cruzeiro
( ) Sorin ( ) Aerolin ( ) Spray Nasal
Repassado por minha amiga Christina. Obrigado pelas risadas, Chris.
sábado, maio 20, 2006
Corra, Ismael, corra!
Enquanto a energia não some, o computador não trava, a internet não cai, o teclado não apaga e o monitor não pisca, deixa eu dizer logo:
Descobri que nos di
segunda-feira, maio 15, 2006
Notas de segunda-feira
Contrata-se, para início imediato, exímio redator publicitário, com sólidos conhecimentos em marketing jornalístico, vasta experiência no ramo e comprovada capacidade de criar assuntos de email do tipo "Oi! Há quanto tempo! Lembra de mim? Sou a Rê, da faculdade! Olha as minhas fotos em Fortaleza!". Apresentar-se, com documento e foto 3x4, ao setor de spamm de nossa empresa.
Os paulistas podem mais uma vez vangloriar-se de morar numa cidade cosmopolita, globalizada. Afinal, o que se vê nas ruas é igualzinho, sem tirar nem pôr, às ruas de Bagdá. Metrópole é isso aí!
Gugu Liberato prepara uma entrevista-bomba com integrantes do PCC, que falarão sobre os ataques que a organização vem fazendo no estado. Como Gugu tem poder até pra reunir Xanddy e Carla Perez, é de se esperar que seus contratados, digo, os bandidos entrevistados defendam a volta da paz às ruas de São Paulo. A polícia já prepara caneta e papel, pra tomar nota do estilo de administração da organização. Quem sabe aprende alguma coisa.
Nelson Azedo, Ari Moutinho e Nelson Amazonas arrancam os dentes dos bangelas da cidade em troca de voto. Prometem o inferno a quem desobedecer, avisam que todos estão sendo filmados e que suas equipes vão verificar se os votos foram corretamente entregues. Eduardo Braga, no nome de quem os três falam, certamente não sabia de nada.
A polícia de São Paulo (e a de Manaus também) está com medo, depois dos ataques dos últimos dias. Segure-se, porque quando a bandidagem fica amedrontada, é porque a vaca já está no brejo há tempos.
O cidadão paulista, notório antenado na política de seu estado, finalmente conheceu seu governador, por conta dos ataques dos bandidos do PCC. É Cláudio Lembo, do PFL, mas há quem diga nas pacíficas ruas de São Paulo, que o estado está sob o comando de Gargamel, inimigo dos Smurfs. Meio velhinho, é verdade, mas com aquelas sobrancelhas já tem gente dormindo mal por aquelas bandas.
As igrejas Universal e Assembléia de Deus preparam ofensiva contra a concorrência desleal de Nelson Azedo. Vão oferecer lotes no céu a preços abaixo do custo, cobrando, para isso, o voto em apenas um de seus Bispos Rodrigues. Luiz Felipe, do sindicato dos postos de gasolina de Manaus, nada fará contra o dumping evangélico. É que o SINDCAM defende apenas o ganha-pão dos desmilingüidos donos de postos da cidade.
Fui flagrado, em pleno começo de noite de sexta-feira, numa “casa de sopa” com minha esposa. Sinal dos tempos... É a nova realidade, minha gente. A vida agora é saudável. E, convenhamos, por 7 reais, até que economizei na minha macarronada. Deixei os caldinhos de lado, peguei lingüiça picadinha, macarrão fusili, cebola e salsinha das guarnições, e fiz meu prato. Que Palazzolo que nada!
Bono Vox presta solidariedade ao Brasil e a Lula pelos "eventos" ocorridos em São Paulo. O Comando Vermelho presta solidariedade ao PCC. Com a política lulista de alianças irrestritas para as eleições, podemos esperar que Bono venha cantar Sunday Bloody Sunday nos palanques eleitorais. Se fosse no último fim de semana, ia dar certinho.
Evangelina Carrozo, militante do Greenpeace, provando que
a carne argentina é realmente de primeira.
Até agora os chefes de estado se perguntam
o que afinal havia escrito naquela faixa.
Néstor Kirchner pergunta a Lula se os brasileiros têm algo assim.
Lula responde que é natural que os argentinos tenham ativistas gostosas,
afinal, são um país soberano e têm o direito de terem ativistas gostosas.
Amazonino Mendes proferiu palestra, isso mesmo, no Instituto Tancredo Neves, falando de Herodes, Nero e Eduardo Braga. Suou, pigarreou e quase chorou, em defesa do povo sofrido do seu Amazonas. A trupe de puxa-sacos gostou. O povo sofrido do Amazonas não foi. Algo a ver, talvez, com o nome do instituto. Se fosse Instituto Amazonino Mendes, quem sabe.
Problemas técnicos andam me impedindo de atualizar esse blog. Um computador bom, uma conexão a cabo de internet, um teclado sem mau contato e um monitorzinho melhorado dariam um jeito nisso, mas não tenho a verba. Por isso ponho aqui meu voto à venda. Pode ser pro Azedo, pro Moutinho ou pro Eduardo - ou pro contrário, ora. Vendo mesmo, sem pedir nada em troca além dos equipamentos. Só não garanto a entrega.
quinta-feira, maio 11, 2006
Comichão e Coçadinha
A reação de Silvinho Pereira, ao ouvir o senador Efraim Morais anunciar:
"Com a palavra o nobre senador Heráclito Fortes! 10 minutos!"
Ouvia, ontem, o depoimento de Sílvio Pereira à CPI dos Bingos. Sou aficionado nessas atrações mórbidas, seja na tevê ou no rádio. Não sei viver, por exemplo, sem A Voz do Brasil. Ouço desde criança.
O caso de ontem infelizmente não eram as notícias do judiciário, mas a entrevista do domingo, em que Silvinho foi possuído por um espírito fofoqueiro e falou com uma repórter de O Globo. Pessoalmente nunca gostei de gente que é tratada no diminutivo. Pra mim são tão malandros quanto motoristas que dirigem com o braço esquerdo pra fora do carro.
Silvinho diz não ter lido a entrevista que deu ao jornal. Não lembra do que disse, mas afirma que a entrevista – que não leu – é verdadeira. Silvinho “Land Rover” conversou com Soraya Aggege, a jornalista, muito calmamente. Falou de 100 Marcos Valérios, de quem manda no PT (incluído o presidente), do bilhão e do medo de ser assassinado. Depois olhou a obra, como quem olha para o fundo do vaso, e disse orgulhoso: “Vai ser um escândalo”.
Mas Soraya publicou tudo. E ontem Silvinho era a expressão da dor e do fingimento, como estão, aliás, todos os petistas que mandam alguma coisa – militantes não contam, pois têm o mesmo rigor ético de Ideli Salvati, ou seja, nenhum. Mentiu ontem por um ano inteiro de silêncio.
Sou absolutamente a favor das CPIs, mas não por querer a Verdade e a Justiça - isso não pertence às CPIs. Gosto delas pelos mesmos motivos por que gosto da Voz do Brasil e da TV Senado. Gosto de ver o sofrimento dos Silvinhos, não pela pressão ou pelo medo de morrer, mas pela tortura que deve ser ficar sentado, durante 8 horas, diante de raposas que nada perguntam, de senhores e senhoras barrigudos que nada querem saber. A cada "Com a palavra o senador Garibaldi Alves, 10 minutos!" e a cada "Com a palavra o senador José Agripino, 10 minutos!" dito por Efraim Morais, eu imaginava a expressão de dor de Silvinho, preso àquela cadeira como um refém de O Albergue, esperando pela próxima sessão de tortura...
Pra balancear, Silvinho, sem hábeas corpus preventivo, mentiu à vontade, sem ser preso. O PT desmoralizou o escândalo, alguém já disse. Banalizou a cara-de-pau, botou o braço pra fora do carro e mandou um dedo pro guarda. Achei um bom negócio, os ladrões sentam, mentem e saem livres, mas não sem antes uma sessão de dor, angústia, nojo e desesperadoras horas num ambiente tão sujo e traumático, a Comissão de Ética do Senado.
Eu quero muitas outras CPIs. CPI é bom, faz bem e diverte. Exatamente como A Voz do Brasil.
quarta-feira, maio 10, 2006
Congresso de "Cerveja Livre" Já!
A Cerveja Livre é simples que só, difícil é encontrar os ingredientes todos. Usa quatro tipos de malte: 6kg de pilsner, 4 de münsner, 1 de caramelo, outro de lager. Moa, ferva em água a uns 60 graus por uma ou duas horas.
Filtre, tasque o extrato de malte a 70 litros d’água, ferva – após uma meia hora inclua na mistura 300g de guaraná em grão e 4kg de açúcar. Mais uma hora ao fogo, filtre, deixe descansar.
O fermento fica lá por duas semanas – na receita original eles especificam que fermento. Após este período o líquido segue para garrafas. Os autores sugerem que se inclua 4g de açúcar por litro. Fica de repouso por 8 a 10 dias.
Esfrie, beba.
Desenvolvida por estudantes dinamarqueses, o nome desta cerveja é Vores ØL – a inclusão do guaraná é idéia deles. Fica mais refrescante e dá uma agitada. É a primeira cerveja de código livre. Assim como o Linux. Pode usar, pode copiar, pode vender, distribuir – só tem que mandar a fórmula junto. Já circulou entre a turma ligada à tecnologia pela Internet – agora foi novamente descoberta pelos que escrevem sobre bebida. via Liquor snob
Direto do Papo de Homem, publicado por Pedro Doria.
Comentário meu: aqui entre nós hein, esse pessoal deve ser menos chato do que os fundamentalistas do Software Livre...
terça-feira, maio 09, 2006
Notas de segunda-feira
David Blaine completa 8 dias dentro dum aquário, vivendo só de água.
Viu, pessoal, eu já tinha dado a idéia, dias atrás.
Garotinho completou oito dias de greve de fome. Está lúcido, mas desidratado e sonolento. Nosso placar registra a perda de 6,3kgs. Garotinho só bebe água, só pode ser visto por trás de uma parede de vidro e jura que não sai de lá. Isso, força Garotinho! Contamos com você!
Garotinho agora corre o risco de ficar até sem teto. É que os condôminos do prédio onde o político faz sua greve de fome querem expulsá-lo, pelos transtornos que vêm tendo que sofrer. Como demonstrado acima, Garotinho podia aproveitar o singelo convite de seus vizinhos e se instalar no Posto 9 de Copacabana, do jeito de David Blaine. Iria ficar rico com direitos de imagem. (valeu, Amaury)
Mirtes Sales, atriz mexicana que adora falar grosso na televisão pra ganhar aplauso de gente desesperada, vereadora nas horas vagas, andou dizendo que nepotismo, nepotismo mesmo é quando um vereador emprega muitos parentes. Segundo ela, um ou dois parentes, daqueles bem competentes, não são problema algum. A vereadora defende uma espécie de cota de parentes na Câmara. Mirtes Sales exige seus direitos.
O Beto Campainha descobriu que fabricantes de aviões planejam oferecer vagas para se viajar de pé na classe econômica. Vou logo avisando: não sou de segurar mochila de estudante, não, mesmo que sejam estudantes lindinhas, com uniformes de colegial. E também não vou ceder assento pra velhinha folgada.
Ainda sobre as viagens de avião em pé: César Maia já estuda uma forma de criar uma classe exclusiva para as mulheres, nos moldes dos vagões femininos nos trens cariocas. Ainda assim, será necessário colocar apenas comissários homens nessas classes femininas, de modo que se evite o assédio dos próprios funcionários das companhias às passageiras.
Evo Morales já prepara novos decretos. Agora que já se apropriou indebitamente de refinarias alheias, pretende expulsar da Bolívia proprietários de terra brasileiros. Em nova nota oficial, lo gobierno brasileiro vai contemporizar, dizendo que "os brasileiros já passaram tempo demais roubando terras daquela gente tão pobre".
O pedido de impeachment de Lula não deu em nada. Segundo a OAB, não há mobilização popular que respalde a iniciativa. O povo brasileiro anda muito ocupado com outras coisas, como disfarçar o constrangimento, típico de criança levada, se escondendo nos cantinhos, pra que não se descubra quem fez a cagada. Só o que posso dizer é que minha a culpa não é.
Ontem Dolph Lundgreen estrelou o filme do Domingo Maior, na Globo.
Como permaneço sem acesso às regalias elitistas da tevê a cabo, precisei acompanhar a saga de um ex-militar que tem seu melhor amigo assassinado por uma poderosa organização criminosa. Dolph, claro, vingou o amigo morto, e ainda por cima desbaratou uma perigosíssima quadrilha mafiosa. Tudo com direito a "altas aventuras", "cheias de perigo e emoção", segundo a Globo.
Luciano Huck fez clara apologia, no último sábado, ao conhecimento e aos estudos, em seu programa de gincanas. Uma moça de 22 anos, fluente em inglês e alemão, que pretende usar o prêmio para investir num mestrado, também incitou, na cara dura, o povo a estudar. Estão, ambos, correndo risco de ser repreendidos por nota oficial do Governo Federal.
Lula garante que o preço do gás boliviano não vai sofrer reajuste, que o impasse com Evo Morales será resolvido diplomaticamente e que o Brasil não será prejudicado pelas novas políticas bolivianas. O que significa dizer que o preço do gás vai sofrer reajuste, o impasse com Evo vai continuar indefinido e o Brasil vai continuar sendo prejudicado pelas novas políticas bolivianas.
Glória Perez estava em Rio Branco, no Acre, para conhecer as locações e a cultura (Glória é acreana) do povo que será retratado em sua nova porcaria, uma minissérie sobre Galvez,Imperador do Acre, de Márcio Souza. Glória fará como já fez com gregos, muçulmanos, boiadeiros e ciganos. Vai ignorar o que viu e avacalhar com tudo e todos. Seu personagem principal deverá ser Murilo Benício, e depois disso Dona Glória vai passar mais 40 anos sem voltar à terrinha, agora por imposição de seus conterrâneos.
Drops da programação jornalística da Rede Amazônica, do Jornalista Felipe Daou: "O fim de semana em Manaus teve vários homicídios. Os destaques vão para o assassinato de...". Imagino o orgulho que esse assassino anda sentindo da cobertura de seu feito: virou "destaque" para a rede de Patrick Mota. Credo.
sexta-feira, maio 05, 2006
Positivo. Positivo. Positivo. Positivo...
Você era roqueira, eu engravatado. Sabíamos, porém, que você era o Norte, eu a dúvida. Sofríamos dores de amores quebrados, varávamos noites falando dos outros, como um casal de seres assexuados, cegos e surdos, devotados apenas às amarguras passadas...
Mas não éramos assexuados. Te ensinei a beber, te mostrei meus discos dos Cramberries e te apresentei meu lado vagabundo, que ainda contradiz, até hoje, minha fantasia engravatada. Adorávamos nos enganar. Aquelas fitas velhas eram a sombra do que você já não era mais. Pra me conquistar, você as ressucitou do seu acervo de truques de sedução. Fui fácil. Sempre sou fácil.
Hoje estamos aqui, à beira da estrada, a dois passos do Paraíso. Depois de todo esse tempo, nossa caipirinha primeira ainda não secou. Nossas conversas mudaram, nossos cabelos mudaram, nosso peso mudou. Mudaram as estações, mudaram as paisagens. A poda das plantas será por outras razões, o cuidado com tudo será diferente.
Hoje tudo está diferente. O frio na barriga é constante, e um misto de gozo e tensão encharca meu pensamento. Hoje, mais do que nunca antes, tudo mudou. A grama está mais verde, a chuva passou e o vento esfriou. As cores estão mais vivas, a vida ficou mais colorida.
Minha porção vagabunda vai crescer, a tua porção marota vai amadurecer.
Ainda não sei o que esperar. Mas sei que vai ser muito bom.
Obrigado pelos seis anos de felicidade, Hellen.
Obrigado por me deixar sem palavras.
Me dê um garoto, pra eu ensinar e aprender a ser homem.
Me dê uma menina, pra eu mimar, pra eu proteger, pra eu admirar.
Eu te amo.
quarta-feira, maio 03, 2006
terça-feira, maio 02, 2006
Faltam 88,6Kg!
O pré-candidato do PMDB à Presidência da República, Anthony Garotinho, perdeu cerca de 1,3 kg com 42 horas completadas de greve de fome. O novo boletim médico divulgado hoje não registra alterações significativas no estado de saúde do ex-governador do Rio, que está com 88,6 kg ante os 89,9 kg pesados do final de domingo. Garotinho afirma que sofre perseguição da mídia, do sistema financeiro e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Disse ainda que suas "posições cristãs e éticas" vêm sendo ridicularizadas. Ele é evangélico.
De posse destas informações da reportagem da Folha, fiz alguns cálculos. Neste ritmo Garotinho emagrece 31 gramas por hora. Como agora o ex-governador do Rio pesa 88,6kg, precisaríamos de 2.862,46 horas para nos livrarmos de tão singela, humilde, cristã e ética presença. Convertidas em dias, todas essas horas se transformariam em quase 4 meses – mais precisamente 119,26 dias.
Já estamos em 2 de maio. A ser mantido o atual ritmo, perderíamos Anthony Garotinho lá pelo dia 29 de agosto, portanto, 35 dias antes das eleições que reelegerão Lula. Como temo pela qualidade de nosso eleitorado, injustamente coagido a se apresentar ás urnas como um cego que de dois em dois anos é obrigado por lei a dirigir um ônibus escolar lotado, torço para que seu Garotinho mantenha o ritmo.
Torço, também, para que Michel Temer, presidente da sigla, não se intrometa nas decisões do casal Garotinho. Faço meu humilde apelo para que nossas lideranças deixem que Anthony e Rosinha, que apesar dos nomes são crescidinhos, escolham o que fazer de suas vidas.
E faço outro apelo, este às Organizações Globo, para que montem um enorme painel nos principais pontos do país, com a evolução do quadro do político, minuto a minuto, num contador em regresso. Algo do tipo “Faltam 100 dias”, que neste caso seriam “Faltam 53,28kgs”. Um na praia de Copacabana, um na Praça da Sé, um na Eduardo Ribeiro, e assim por diante.
A festa seria muito maior do que as bobagens de 500 anos do Descobrimento.
O Estado do Amazonas, 3 de maio de 2006
segunda-feira, maio 01, 2006
Notas de segunda-feira
O vencedor do prêmio de melhor Judas do Correio Amazonense, um comerciante, não quis atacar nenhum político local, pois muitos são seus clientes. Se disse fã de "um caboclo" nas eleições, mas não disse quem. Incoerência e cara-de-pau não vêm de cima, vêm de baixo.
O Ato solidário dos amazonenses aos imigrantes brasileiros nos EUA será deixar de comprar produtos americanos, "impondo perdas econômicas" aos gringos. Dá-lhe Amazonas!
Dalai-Lama no Brasil. O trocadilho já gerou piadas demais.
Antony Garotinho está em greve de fome há 19 horas. Exige que O Globo e Veja se retratem das acusações que lhe fizeram. Eis o desespero de um populista rasteiro. Eis o fim de uma candidatura. Temo pelo desdobrar da história. Com a qualidade do eleitorado nacional, Garotinho é bem capaz de se reerguer com a atitude. E ainda por cima perder uns quilinhos.
Lula, que ainda não decidiu se vai ser candidato mas está em campanha há quase quatro anos, diz que vai ser julgado pelo povo. O pior é que está certo.
Fernanda Venturini se aposentou. O vôlei brasileiro ficou um pouco mais feinho. Por mim, tudo bem, detesto esses jogos memoráveis nas manhãs de domingo, entre times com nome de desodorante, de banco e de leite desnatado.
Daniel Veloso, meu amigo Pluto, e Erlon Benjó, meu amigo que não mente, valeu pela conversa. Pluto, não se revolte comigo, por favor.
Mas essa vai pra você. Evo Morales acaba de anunciar, em meio à euforia dos miseráveis que governa, que quer expulsar do país as empresas estrangeiras, que sugam as riquezas nacionais. Por favor não defenda uma coisa dessas, cachorro.
A ConstruNorte acabou ontem. Perdi, assim, uma imperdível oportunidade de não ver nada.
Os trens e metrôs do Rio de Janeiro agora têm vagão exclusivo para mulheres. Agora elas estão livres das dedadas, das fungadas no cangote e do cecê dos homens. E estamos em 2006.
Bom fim de feriado a todos.
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