Há certo consenso no fato dos dramas serem considerados os melhores, pois incomodam mais a sensibilidade de quem os assiste. Até onde minha vaga cinefilia me leva, não lembro de uma comédia sequer cotada ao Oscar. Jim Carrey precisou fazer chorar pra poder cogitar ter chances, e Maryl Streep é uma espécie de Mensageira das Lágrimas, fartamente premiada pela crítica e pela emocionada audiência. Arko Datta, o indiano que fez a foto acima, foi premiado com o World Press Photo of the Year de 2004, o mais importante prêmio do fotojornalismo mundial. A foto premiada é, como os aleijados e retardados de Hollywood, extremamente triste, e por isso mesmo linda. Mostra o luto de uma mulher indiana por um parente morto pelo Tsunami, dois dias antes. A foto concorreu com outras 69.000 fotos. Como naquele disco da Beth Gibbons, nem sempre a beleza está na tristeza, mas as chances disso ocorrer são bem grandes. Uma rápida olhada nalgumas das fotos vencedoras do prêmio Pulitzer confirma: é a tragédia o que nos emociona.
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
A beleza da tristeza, ou vice-versa
Há certo consenso no fato dos dramas serem considerados os melhores, pois incomodam mais a sensibilidade de quem os assiste. Até onde minha vaga cinefilia me leva, não lembro de uma comédia sequer cotada ao Oscar. Jim Carrey precisou fazer chorar pra poder cogitar ter chances, e Maryl Streep é uma espécie de Mensageira das Lágrimas, fartamente premiada pela crítica e pela emocionada audiência. Arko Datta, o indiano que fez a foto acima, foi premiado com o World Press Photo of the Year de 2004, o mais importante prêmio do fotojornalismo mundial. A foto premiada é, como os aleijados e retardados de Hollywood, extremamente triste, e por isso mesmo linda. Mostra o luto de uma mulher indiana por um parente morto pelo Tsunami, dois dias antes. A foto concorreu com outras 69.000 fotos. Como naquele disco da Beth Gibbons, nem sempre a beleza está na tristeza, mas as chances disso ocorrer são bem grandes. Uma rápida olhada nalgumas das fotos vencedoras do prêmio Pulitzer confirma: é a tragédia o que nos emociona.