terça-feira, fevereiro 15, 2005

O Antiácido do Cotidiano

Daniel Piza me impressiona, não pela audácia, pelo cinismo, pela acidez ou pelo carisma. É exatamente pelo contrário. A cada coluna sua meço a distância entre dizer o interessante e dizer o importante. Daniel Piza não tem estilo, não faz pose. Mete um ponto final (ao menos pra mim) na coluna O eclipse dos intelectuais, no Estadão deste domingo, 13. O leio e sei que é mais fácil ter posições fortes corajosas sobre assuntos que não conhecemos do que sentar, ler e pensar bem. Acho que o Daniel não consegue finalizar uma frase sequer nos aniversários e nos saraus que freqüenta. Racionaliza demais, e vivemos tempos em que ponderar é pecado. Deve ouvir muito, ao final de suas opiniões, perguntas como "Ué, cadê sua frase de efeito?!". Sabemos, eu e você, que a estupidez dita com rapidez e firmeza impressiona mais do que uma gaguejadinha, uma pensada rápida. Daniel Piza prova com suas análises acuradas que a vaidade é apenas o maior dos sintomas da burrice.

Leia o também excelente Os sete tropeços dos comentaristas e me diga se não é verdade.