segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Notas de segunda-feira

Diante do aumento de acusações de abuso sexual das tropas de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Congo, Kofi Annan proibiu, em carta, que os membros das forças de paz estuprem, obriguem alguém a se prostituir ou mantenham relações sexuais com meninas menores de 18 anos. Ah, sim.

Príncipe Charles vai se casar de novo. Não vou fazer piada com o novo título de Camila Parker, a noiva. Aliás, vou defendê-los. O povo não gosta de final feliz, em que o Amor prevalece? Então. Desarmem-se, carolas rancorosas. O príncipe Charles é a nossa versão masculina dos contos de fada. Vai finalmente ficar com quem ama.

O PT fez 25 anos de fundação na última quinta, 10. Seus maiores expoentes reuniram-se e brindaram. Em mais uma demonstração de unidade e consenso, a festa terminou na polícia e no IML, com muita gente envenenada e ferida.

As lideranças indígenas do Amazonas querem todos os cargos na organização da FUNAI, a Fundação de Assistência ao Índio. A civilização urbana está ultrajada com a petulância dos arigós. Onde já se viu? Daqui a pouco os jurunas vão querer direitos iguais aos dos brancos, como 40% dos salários dos funcionários subordinados, verba para diárias secas em viagens de mentirinha e auxílio moradia. Assim não pode, assim não dá.

Pesquisadores israelenses inventaram um software que mede a beleza feminina. Daí nasceu, entre os judeus, a expressão “mulher-bomba”, antes ignorada pelo grande público. O conceito – mais antigo – de “homem-bomba” ainda precisa ser bastante estudado, pois é praticamente impossível identificar um espécime, dadas as mutações que a espécie é capaz de sofrer. Um “homem-bomba”, por exemplo, que chegue nas boates com um chaveirinho da Audi ou um terno italiano facilmente confundiria o programa feito para as mulheres.

Harrison Ford vai interpretar um bravo herói de guerra no cinema. O herói presenteado com tal comenda será James Mattis, general dos marines americanos que nas horas vagas conversa com os jornalistas e diz ter sido "muito divertido matar pessoas" no Afeganistão e no Iraque.

Um garoto chinês de 11 anos, de Xingzheng, província de Henan, processou a mãe porque ela lhe prometera comprar um PC, caso ele tivesse um aproveitamento escolar acima de 95 por cento. Ele fez 97%, mas a mãe descumpriu o acordo. Menino de ouro, esse.

Morreu o dramaturgo americano Arthur Miller. Fez obras-primas como Morte de Um Caixeiro Viajante e As Bruxas de Salém. Mas venerado mesmo era por ter passado cinco anos dormindo com Marilyn Monroe.

Ray Charles é o maior vencedor do Grammy de ontem à noite. As grandes gravadoras já estudam incluir em seus contratos uma cláusula que estabelece a morte de seus clientes. Funciona assim: o astro decadente procura a empresa, e esta lhe sugere morrer, num acidente de carro ou de avião, e lhe garante, com isso, sucesso total. As gravadoras mantêm uma equipe de especialistas em mortes acidentais voltada pra isso. Britney Spears, Bon Jovi e a banda Oasis estudam propostas e, se toparem, logo serão celebrados postumamente como gênios da música.

A cidade alemã de Dresden, uma jóia da arquitetura barroca, foi completamente destruída por 14 horas de bombardeio americano e britânico (Oh!) no dia 13 de fevereiro de 1945. 35 mil pessoas – todas civis – foram incineradas. A cidade foi escolhida, como Hiroshima e Nagasaki, para servir de humilhação final aos inimigos. Ontem foram lembrados os 60 anos do evento. A polícia foi acionada para conter protestos que cobravam a punição pelo que teria sido um crime de guerra. Que absurdo!

O autor dO Malfazejo pede desculpas pela escassez de tempo, que o obriga a manter o formato das segundas-feiras em notas. Há textos no forno que logo sairão, provavelmente ainda esta semana. Ah, e obrigado pelas visitas. Espero ter suprido a necessidade de informações imprecisas, tendenciosas e fantasiosas que todos nós temos.