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Dias atrás eu decidi escrever meu primeiro livro. Contei isso aqui. Não devo lhes dizer, mas quero. Apesar de estar levemente entorpecido naquela noite, levei o projeto à frente. Hoje tenho algo pra chamar de meu, ainda que seja apenas um início. Confesso, também já pensei em desistir. Sorte minha que visito, com certa e inadvertida frequência, os sites e blogs de grandes leitores da atualidade. Sim, eu disse "leitores" e não "escritores". É que chegamos à era da imagem. Acompanho a desenvoltura com que muita gente discorre e cita filósofos malditos, enumera grandes obras da literatura mundial e brinca com a fluidez convencional da escrita. Expressões espirituosas, tiradas exoticamente nonsense, piadas com sétimo sentido. Ao chegarem às livrarias, não passam de involuntários e boquirrotos genéricos, bem pioradinhos, de Luis Fernando Veríssimo. Não passam disso. É o que me encoraja a seguir essa vida.