quinta-feira, julho 06, 2006

Stephen King está entre nós


Dizem que notícia ruim chega rápido. Pra mim o ditado murchou. Falhou porque fiquei sabendo apenas com dois dias de atraso que Vera Lúcia, esposa do injustamente acusado de condenação por tráfico de cocaína Sabino Castelo Branco, havia prendido sua mão na maçaneta do carro do marido enquanto o mesmo arrancava, perdendo, assim, seu equilíbrio, e vindo a espocar sua cara no chão. Quando ainda tentava me recompor do baque – eu, não ela – de saber que esse tipo de trágico e cruel acidente pode acontecer até nas mais respeitadas e ilibadas famílias, fui submetido a uma saraivada de boletins, informações e ângulos da tragédia. Nem bem havia absorvido a surpresa do ocorrido, já tive que escutar, no rádio, os angustiantes e dramáticos detalhes daquele que pode ter sido o mais grave caso de defeito de fabricação registrado em carros no país. Sim, porque ouvindo, condoído com o estado emocional de Sabino, seu relato, imaginei a trágica seqüência de infelicidades que cercou o acidente de Vera Lúcia.

De posse das fotos tiradas do celular de Marco Antônio Chico Preto, repórter free-lancer, dentro de um carro, pude deduzir que a infelicidade que sofreram Sabino e sua esposa pode acometer qualquer pessoa. Assim, é importante que toda a sociedade amazonense saiba as verdadeiras armas que podem ter em suas garagens.

Vamos lá. De posse do sofrido relato do marido, sei que Vera Lúcia segurava a maçaneta do carro quando foi levada ao chão. Ali, teria machucado o olho e quebrado os dentes. Em seguida o cinto de segurança do carro teria se enroscado no pescoço da coitada, que presa numa “gravata”, teria sido arrastada por alguns metros, o que explicaria as escoriações pelo seu corpo.

As testemunhas do caso, ainda com medo de sofrerem represálias da máfia das montadoras de carros, teriam “inventado” a versão politiqueira do espancamento. Afinal, como disse o vereador mais votado de Manaus, Sabino é muito homem pra admitir que espancara a mulher, se isso tivesse ocorrido.

Ah, bom. Assim, sim.