sábado, julho 22, 2006

Depoimentos de Páginas da Vida


Adolescente, 16 anos – “minha ‘ficante’ me deu de presente American Idiot, do Green Day, quando completamos 4 meses, zero hora e meio minuto de namoro. Já em casa, coloquei When September Ends no máximo. Dormi. Quando acordei, minha cueca estava toda babada. Desde então, sou hominho. Terminei com a Dani. Não preciso mais de mulher, aquela é a música mais docaralho de todos os tempos!”.

Mulher culta, artista plástica e cantora de MPB manauense, 46 anos: “Tinha acabado de cantar Esquadros, da Adriana Calcanhoto, pela sétima vez seguida, quando a Dona Encrenca me deu um tapa na bunda e o disco da Ana Carolina. Fui pro meu apê, me servi de uma dose de Jack Daniel’s cowboy e tasquei o dedão no ‘play’. Quando tocou aquela famosa, da Glória Pires, senti um treco estranho lá nas partes baixas. Tirei o coturno, a calça rajada e a cueca Zorba. Quando vi, estava toda babada. Desde então sou mais mulher, dispensei a Dona Encrenca e me resolvo sozinha”.

Reacionário e bon-vivant paulista, 36 anos: “Acabava de chegar de Manhattan quando minha noiva me presenteou com uma coletânea do Burt Bacharat. Fui pra casa, vesti meu suéter preferido, fitei saudoso minha biblioteca particular e liguei o som. Enquanto apreciava o buquê de meu Pinot Noir na janela do meu apartamento, senti um tremor estranho. Pensei 'what the hell!...'. Quando abri a braguilha, vi que estava todo babado. Desde então sou um homem feliz. Mandei a Chris de volta pro East Village e agora me resolvo sozinho. Não preciso mais de nada, só do velho Burt.”

Balofinha forrozeira, 20 anos: “Tava curtino um forrozão paidégua no Posto de Gasolina Disco Club, direto das caixas de som do Puma 71 do César, meu namorido secreto (se a mulher dele sabe...), quando ele me deu um disco pirata do Harmonia do Samba. Em casa, depois de dar de comer aos 3 meninos, deitei no sofá e abri uma Skol. Dormi ao som daquele ‘qué-tome-tome-tome’. Quando acordei, senti algo estranho. Tirei a calcinha e vi que estava toda babada. Dispensei o brocha do César e passei a gozar a vida sozinha desde lá. Sou uma mãe de família feliz”.

Fiel da Igreja Universal, 48 anos: “Eu participava do décimo sétimo culto da Fogueira Santa de Israel (estágio anterior às 32 ‘reuniões dos 311’), quando o irmão Isaque, obreiro muito abençoado da minha congregação, me presenteou com o disco ‘Diante do Trono 57’. Fui pra casa, orei agradecendo pela chuva abençoada da tarde não te-la levado embora e pedi pro vizinho tocar o disco pra mim. Dormi na janela, ouvindo aqueles gritos abençoados. Acordei transformado, um novo homem. Tirei a calça e percebi que estava todo babado. Desde então saí do meu ‘fundo de poço’, larguei a prostituição e as drogas e sou mais feliz. Não preciso de mais nada”.

Docinho, menina super-poderosa, 3 anos e seis meses: “eu salvava o mundo de novo, com minhas parceiras e nossos olhões, quando um simpático menino que salvei me presenteou com um DVD do Pica-Pau. Fui pra casa e liguei o home-theater. Fechei meus olhões e dormi vendo aquele mega-astro sempre se dando bem, com aquele bicão cafajeste. Quando acordei, senti algo estranho debaixo do meu vestidinho fofinho. Levantei e vi que estava toda babadinha. Desde então abandonei Florzinha e Lindinha e me divirto sozinha, vendo o meu DVD preferido”.

Tom Jobim, pra balancear.