sexta-feira, abril 22, 2005

CSI Manaus.



Uma briga de trânsito entre o tenente da Polícia Militar Klinger dos Santos Paiva, 28, e o sargento do Exército Brasileiro (EB) identificado como Valter José Antunes, 40, começou na avenida dos Expedicionários, na Vila Militar, bairro São Jorge, Zona Centro-Oeste, e foi parar no 5º Distrito Policial, bairro de Santo Antônio, e vai para a Justiça.

Na delegacia, os dois foram ouvidos pelo delegado plantonista José Cavalcante que emitiu um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e encaminhou o caso para uma das varas do Juizado Especial.

A confusão começou com os dois militares, que estavam de folga ontem e resolveram sair. Eles voltavam de um passeio, quando o sargento Valter trancou o carro do tenente Klinger. Isso foi o suficiente para começarem a discutir.

Segundo Valter, Klinger sacou uma arma e o ameaçou. Em seguida teria pedido ajuda, por telefone, aos colegas e em questão de minutos oito viaturas da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) chegaram ao local para dar apoio ao tenente.

O comandante da PM, Wilson Martins, disse que vai apurar com rigor e quer saber porque o Centro Integrado de Operações de Segurança deslocou tantas viaturas para atender o caso.

Com a repercussão negativa do episódio diante da opinião pública, o comando da PM informou que já tem um suspeito pela ligação telefônica criminosa que teria acionado tantas viaturas ao mesmo tempo. Trata-se de Adenildo dos Santos, pedreiro, analfabeto, fichado na polícia e ganhador de uma casa no Conjunto Nova Cidade. Adenildo foi reconhecido por diversas testemunhas, que afirmaram ser também ele o autor da "trancada", com sua Caloi Barra Forte, sobre o carro do tenente Klinger.

O dia de ontem também foi marcado pelo assalto à casa de Otávio Carvalho, que passou uma hora como refém dos ladrões. Trancado no banheiro com sua família, só conseguiu pedir ajuda depois do assalto, acionando a viatura da Rocam que fica estacionada bem ali, perto de sua casa. A polícia já tem o retrato falado dos dois assaltantes, e as duas descrições correspondem, sem dúvida alguma, sem nem piscar, com certeza, com toda a segurança, nenhum pentelhésimo de dúvida mesmo, a Adenildo dos Santos, pedreiro, analfabeto, fichado na polícia e ganhador de uma casa no Conjunto Nova Cidade.

Eu teria gostado de ver a presepada. Já que há alguns meses em Manaus só se diverte quem gosta de pagode e forró - além de os helicópteros da PF terem deixado os céus manauenses num verdadeiro marasmo -, bem que um tiroteio entre policiais daria uma reavivada nos ânimos. Quero mais. E de preferência que parem de se ameaçar uns aos outros e se matem, todos. Aí o feriado ia ter razão de ser.