sábado, abril 23, 2005

Enquanto você dorme...


Como é desumanamente difícil lembrar do mais elementar da vida. Eu te vejo agora, a dois passos de mim, dormindo como se estivesses feliz, como se a tua vida fosse a de uma herdeira milionária. E noto a imensidão da importância de voltarmos para esse lugar, com esses espaços e vãos tão perfeitos e nossos. Aqui, a dois passos de mim, podes deitar ainda com os óculos no rosto, sem as roupas que espalhaste pela sala, e dormir como se estivesses feliz. Porque aqui, a dois passos de mim, tu encontras uma paz possível, a que tenho pra te dar. Nessas horas em que estás aí, as tuas infelicidades não doem, as tuas angústias não gemem. Todas as dores, tristezas, medos e rancores se desligam. Vais ter paz aí, a dois passos de mim, facilitando, sem perceber, a minha missão preferida, te proteger. E eu fico aqui, a dois passos de ti, velando essa tua paz silenciosa. Mais algumas horas e vais despertar, e mais uma vez vou estar aqui, esperando. A luz do dia vai iluminar novamente os mesmos medos, problemas e tristezas, mas eles estarão menores. Vais acordar mais feliz, e a minha missão de te fazer feliz vai continuar, com meus fracassos e vitórias diários. Vais me ver aqui, e vais saber que, assim como temos sido, ainda vamos ser mais felizes. Saberás disso apenas me vendo aqui. Mas não estarei mais aqui, a dois passos de ti. Estarei aí. Simples, elementar e obviamente porque te amo.