segunda-feira, março 28, 2005

Notas de segunda-feira


Exatamente. Não há melhor representatividade no Brasil do que sua torcida e seus políticos. A seleção era vaiada ontem. Fez o golzinho. Dois minutos depois os jogadores já davam passes de letra, ao som do "Olé!" da maravilhada torcida.

Já chega, aliás, de Robinho. Definitivamente as condições atuais do futebol, especialmente no Brasil, não favorecem em nada o surgimento de um novo Pelé. Digam isso ao moleque, que até já dá socos no ar, deslumbrado pela burrice da torcida. De péssimo gosto.

Taí, concordei com o Diogo Mainardi: Brasileiro não sabe fazer música. Fez, no máximo, umas bossinhas pra som ambiente de restaurante, pras novelas do Manoel Carlos e pra filmes bobos do Bruno Barreto. E concordo com o Rafael Azevedo, quem diria: detesto quem a-ma! Elis. Pior ainda, quem a chama de “A Elis”.

O bar está ficando sofrido como uma sala de cinema pra mim. Desconhecidos têm sentado à minha frente pra tocar Bruno & Marrone e garçons não anotam meus pedidos. Que tipo de pessoa acha que um pedido de dezoito chopes é brincadeira?

Cecília, obrigado pela breve visita a Manaus. Já estamos com saudades.

Muita gente peca, e peca muito, durante a vida. E a malícia, exclusividade humana, produz dessas coisas. Durante a páscoa vemos nos filmes a facilidade com que Jesus perdoa o ladrão, aos 48 do segundo tempo. Uma apologia ao crime, Senhor. Tem gente que vive contando com isso.

Dezenas de pessoas morrem todos os dias no Iraque. Civis inocentes, mulheres e crianças. Mortes matadas, não morridas, pela vontade de Deus, que é tão sagrada às pessoas que menos a cumprem. Bem que Frank Zappa disse: "O governo é a Divisão de Entretenimento da Indústria Militar".

FHC deve receber convite para participar do Casseta & Planeta este ano. Num programa apenas, é válido dizer. O convite ainda não foi oficializado, mas FHC deve aceitar. Hubert que se cuide.

Estou pra citações, hoje. Leio Mãe, de Máximo Gorki. Bom, bom. Pavel começa a montar seu grupo socialista. O Comunismo é realmente lindo, como o pote de ouro no fim do arco-íris. Vou de Churchil: o vício inerente do Capitalismo é a divisão desigual da riqueza. O do Socialismo é a divisão igualitária da miséria.

Um anúncio da MTV, anteontem: "Desligue essa TV, vá ler um livro". Honestidade levada ao limite do suportável, diga-se. Mas sempre fiquei curioso com o seguinte: ler um livro é sempre mais válido do que ver tevê? E se na tevê estiver passando um superdocumentário sobre a guerra da Coréia? E se o livro mais próximo for O Diário de Bridget Jones?

Flávia Grosso, superintendente da Suframa, enfeita as páginas de O Globo e um relatório do Governo, apontando os maiores gastadores de celular nos 13 ministérios. É a campeã, com mais de 20.000 reais em contas de telefone. Explicação? "Quando viajo em comitiva, em vez de usarmos diversos celulares, todos usam apenas o meu. É até uma economia." Ah, tá.

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