segunda-feira, maio 16, 2005
Notas de segunda-feira
Pirataria - O ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU Ken Adelman disse, em artigo publicado nesta segunda-feira no jornal The Washington Times, que o Brasil faz parte do "eixo do mal da propriedade intelectual", ao lado da China e da Índia. Afinal, as pretensões brasileiras ao posto de líder de qualquer coisa no cenário mundial começam a vingar. Somos os líderes de um dos eixos do mal. Discurso, discurso, presidente!
Vou aderir à ferramenta das enquetes. Que besteira você acha que o nosso presidente dirá essa semana?
Uma rebelião na penitenciária de segurança máxima Risdon, na capital da Tasmânia, na Austrália, acabou com o atendimento das autoridades às exigências dos presos. A exigência? 15 pizzas.
O monotemático Jorge Nobre, a besta-fera perdida no tempo, que me traz à lembrança aquele soldado japonês que continuou em guerra numa casamata por décadas depois do fim da II Guerra, escolheu-me para inimigo. A justificativa do cão raivoso babão? “Aqui eu sou ditador, faço o que quiser”. Ah, a carência de atenção...
Eu não indico leituras apenas por amizade. Indico gente boa, que escreve muito bem, gente que admiro. Alguns falam bobagens, mas de forma tão legal que valem a indicação. FDR, Alexandre Soares Silva e Cézar Miranda são virtuoses da escrita, por exemplo, e são Wunderblogs. Jorge Nobre, eu te linkei aqui no post, mas não te indico aí do lado. Não vale a pena como seus amigos mais dotados.
A Polícia Civil de São Paulo fez na quarta-feira (11) a primeira apreensão da chamada "cápsula do medo", apontada como uma das drogas sintéticas mais potentes usadas por jovens em danceterias e raves. Segundo o diretor do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), Ivaney Cayres de Souza, a nova droga é trazida da Europa. Cada cápsula provoca pelo menos 80 horas de alucinação, o que significa que, tomando uma hoje, você vai ver martelos marchando, elefantes cor-de-rosa atravessando ruas, flores gargalhando e cachorros conversando com tartarugas até mais ou menos quinta-feira.
Ribamar Bessa Freire, o professor que assina a coluna semanal TaquiPraTi, segue iluminando o obscuro, ignorado e deturpado debate sobre a questão indígena em Roraima. Sugiro a leitura, toda segunda, amigos – ah, e agora inimigos também!
O Bar Laranjinha, aqui em Manaus, inteiramente voltado a atender turistas do Tropical Hotel que chegam às cuias para ver as apresentações de Boi-bumbá, agora os acomoda nos fundos do bar, onde os loirinhos só podem ouvir a música de um mini-system no volume 5, enquanto as cunhantãs saltitam sobre um tapete de camurça, que evita ruídos. Tudo por decisão judicial a favor da nata da honestidade e da ética manauense, os moradores dos apartamentos de 1 milhão na orla do Rio Negro, fiscais da Receita Federal, donas de restaurantes caros, deputados cassados e empresários sonegadores de impostos.
Tudo bem, fica até interessante fazer turismo assim, escondido, feito um culto evangélico em Havana. Para os donos dos dólares é até um tempero a mais, um “perigo gostoso”. E como tudo o que é proibido tem mais sabor, os turistas chegam afoitos ao bar, e cada vez em maior número. O único problema é acomodar tanta gente num porãozinho tão pequeno. A gente somos inútil mesmo.
O seriado Chavez não acabou, como estava previsto, no último sábado. Minha avó agradece, Seu Sílvio.
Fui num pagode ontem, pela primeira vez. Confesso, imaginava que chegaria num lugar abarrotado de gente feia e suada; na minha imaginação, patricinhas gorduchas, de aparelhinho colorido nos dentes, estariam cantando um “lerê-lerê-rê-rê” irritante e repetitivo, fumando cigarrinhos pretos de canela. No meu preconceito, via machos olhando para a bunda da minha esposa, às vezes até a tocando. Imaginava que, se isso acontecesse e eu protestasse, eu seria trucidado por uns jujiteiros embriagados de chope quente servido em copos de plástico. Imaginava coreografias obscenas, letras imundas e banheiros pútridos. E digo uma coisa: é exatamente isso.